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sábado, junho 09, 2012

HOMEM DE 111 ANOS TEVE QUE COMPRAR OUTRO CAIXÃO E AINDA NÃO MORREU



Um homem de 111 anos, morador de Santo Antônio do Descoberto, cidade no Entorno do Distrito Federal, guarda em casa, desde 2003, o caixão em que quer ser enterrado. À espera da morte, o maranhense Leocádio Rodrigues de Lima também separou a calça, o paletó e a gravata que quer usar no próprio velório. "Comprei o caixão para poder ficar dentro quando eu morrer", disse o aposentado, que pagou R$ 950 pela urna funerária guardada num barraco no quintal da casa onde mora. O caixão divide espaço com telhas, caixas e madeiras. De acordo com a aposentada Maria Lúcia Cardoso, que toma conta de Lima, o caixão está tão velho que não poderá mais ser usado. Ela disse que o maranhense chegou a "provar" o caixão várias vezes na época da compra. Ele ficava lá dentro com o travesseirinho para ver se era confortável", disse Maria Lúcia. "Agora ele fala, brincando, que vai usar o caixão para plantar cebola, mas tem outro igual reservado na funerária para quando ele morrer." Apesar de estar se preparando para a morte há pelo menos nove anos, Lima diz ainda ter planos de vida. "Quero ter meia dúzia de namoradas e mais uns quatro filhos", afirmou. A mais velha dos dois filhos vivos de Lima, Isabel da Rocha, de 83 anos, disse que o pai chegou a Brasília em 1957, antes da inauguração da cidade. Ele começou trabalhando com a derrubada de árvores na área que hoje é ocupada pelo Lago Paranoá, criado artificialmente no período da construção da nova capital federal. Quando vim para Brasília eu fazia todo o desmatamento do lugar onde fica aquele lago. Tirava a madeira que depois era levada para a Novacap [Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil]. Depois, fiz tijolos", disse Lima. 
Desejos
Apesar do estado de saúde estável e de nunca ter tido problemas cardíacos, Lima não enxerga nem ouve bem e sofre de um problema na próstata que o obriga a usar uma sonda para urinar. Há dois anos ele deixou de andar sozinho. As caminhadas entre os cinco cômodos da casa e em direção ao quintal são feitas com a ajuda de Maria Lúcia. A filha Isabel só consegue mover o pai quando ele é colocado numa cadeira de rodas, doada. "Tenho fé que ainda volto a caminhar sozinho, com os poderes de Deus", disse Lima. "O que eu mais queria na minha vida? Queria voltar a tocar sanfona, dançar, ter os meus cavalos na roça e os meus companheiros para conversar, só que eles não aparecem mais. Também tocava taboca [pífano] com meus companheiros, mas eles desapareceram, morreram", afirmou.


Fonte: Intervalo da Notícia/Cidade News Itaú

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