Seis pessoas presas e muitas dúvidas. Esse é o quadro em que se encontra a investigação em torno da morte do radialista Francisco Gomes Medeiros, "F. Gomes", assassinado em outubro de 2010. A Polícia Civil já anunciou o encerramento do caso pelo menos três vezes. O último desfecho foi noticiado na semana passada, com seis pessoas presas, em três fases diferentes do inquérito. Nesses 19 meses de apuração, inúmeras versões diferentes foram divulgadas. A cada desfecho surgem versões diferentes.
O caso começou a ser investigado pelo delegado Ronaldo Gomes de Moraes, quando duas pessoas foram presas e uma terceira foi apontada como possível mentor do crime. Era um preso de Alcaçuz, que já havia passado um período no presídio estadual de Caicó e teria mandado matar F. Gomes por divulgar denúncias do seu envolvimento com o tráfico de entorpecentes. Meses depois, a investigação foi reaberta pelo mesmo delegado, que mudou de ideia e apontou uma outra pessoa, até então fora do inquérito, como mandante do crime, retirando o preso de Alcaçuz do processo.
Na época, a cúpula da Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (SESED) do RN disse que o suposto envolvimento do presidiário era apenas uma "jogada" para desviar o foco da investigação, que seguia a procura do verdadeiro mandante. Dessa vez, o crime foi anunciado como elucidado e o inquérito foi enviado ao promotor de justiça de Caicó, Geraldo Rufino. O promotor, no entanto, encontrou falhas no inquérito e mandou reabrir o caso, alegando temer que os presos fossem absolvidos, caso decidisse fazer a denúncia e mandá-los a júri.
Assim, o caso foi reaberto novamente, já sob a responsabilidade de um outro delegado, Márcio Delegado Varandas. Nessa segunda parte, surge o nome de Lailson Lopes, "Gordo da Rodoviária", apontado como mandante do crime. O suposto desfecho do caso, fruto da segunda fase da investigação, foi anunciado em fevereiro de 2011 pelos delegados Márcio Delgado e Ronaldo Gomes, que havia se afastado do inquérito, mas havia contribuído com o resultado final. Lailson teria pago a João Francisco dos Santos, "Dão", réu confesso, para matar F. Gomes, e só eles foram indiciados.
Estranhamente, um terceiro delegado assume a investigação. Sheila Maria de Freitas reabre o caso pela terceira vez e outras quatro pessoas são presas, todas acusadas de envolvimento com a morte de F. Gomes. A participação desses últimos não foi informada, já que essa terceira fase da investigação foi realizada em segredo de justiça. O advogado de Dão e Lailson, Rivaldo Dantas de Farias, também teve a prisão decretada por participação no crime (ele já havia sido preso antes por outro crime), além do soldado Evandro Medeiros e do pastor Gilson Neudo Soares do Amaral, totalizando cinco presos.
A última prisão aconteceu na quinta-feira passada, 3, contra o tenente-coronel Marcos Antônio de Jesus Moreira, ex-diretor do presídio estadual de Caicó, o "Pereirão". Agora, os seis estão presos e o processo foi encaminhado ao promotor de justiça da cidade, Geraldo Rufino, que já deu parecer positivo para denunciar os seis suspeitos. A participação de cada um não foi revelada à imprensa. Apenas Dão, que é réu confesso, tem sua participação esclarecida. Ele foi responsável pelos disparos. A delegada e o promotor anunciaram que vão conceder entrevista nesta semana para explicar a investigação.
Fonte: Defato
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