Ser campeão é bom de qualquer jeito. Mas é ainda melhor quando a camisa que se veste é a do time de coração ou de toda a família. E a conquista do Fluminense no Campeonato Carioca deste ano teve sabor diferente para alguns. A começar por Wellington Nem, ausente da grande decisão por causa de uma lesão muscular, o jovem sai do torneio como destaque e jogador de seleção brasileira. Com ajuda deste e outros tricolores, o clube dá sinais de força para frear a hegemonia caseira do rival Flamengo.
Após 100 anos insuperáveis em nível estadual, o Fluminense perdeu o domínio para o clube rubro-negro em 2009. Agora, a equipe das Laranjeiras encosta no maior rival em números de títulos (32 a 31). O torneio local, apesar de ter perdido força nos últimos anos por causa do Campeonato Brasileiro e da Copa Libertadores, mostra ainda ter espaço. É o Carioca que apimenta as discussões e piadas entre torcedores após o triunfo do Fluminense sobre o Botafogo na decisão deste domingo.
Criado nas divisões de base do clube e tricolor de coração, Nem pode entrar nessa "guerra de provocações". O atacante lembra o passado de torcedor e os momentos de desespero por ter de assistir aos jogos da arquibancada.
“Eu não acreditei que, depois de tudo, eu iria ficar fora da final. Ser campeão já é bom, para a gente que é Fluminense, que veio da base, tem um gosto diferente, claro. Dá um orgulho. Quase chorei quando vi que não ia jogar. No primeiro jogo, ninguém sabe, mas fiquei lá na torcida, torcendo para o time. E agora eu quero saber é da festa”, disse Nem, com a felicidade tricolor estampada no rosto.
Engana-se, porém, quem pensa que apenas o "Messi de Xerém" carrega no peito um sentimento especial pelo clube. Os zagueiros Anderson e Leandro Euzébio, naturais de Cabo Frio e Itaperuna, no Estado do Rio, o volante Edinho e o atacante Matheus Carvalho, ambos de Niterói, também tem uma ligação toda especial com o Tricolor das Laranjeiras.
“O Fluminense sempre fez parte da minha vida, da vida da minha família. Depois que a gente vira jogador, acaba esquecendo um pouco porque temos de ser profissionais acima de tudo, mas depois que eu voltei e nestes três anos que estou aqui, aquele carinho, aquele amor, o sentimento, tudo voltou. E ganhar aqui é mais gostoso, porque a gente tem aqueles amigos flamenguistas e vascaínos que ficam enchendo o saco quando perdemos. Agora é a nossa hora de zoar”, revelou, supreendentemente, o sempre sisudo Leandro Euzébio.
Em Icaraí, bairro nobre da Zona Sul de Niterói, a festa na casa de Matheus Carvalho não tem hora para terminar. O atacante tricolor, uma das grandes apostas do técnico Abel Braga para o Campeonato Brasileiro, disse que não há um na família que torça por outro time.
“A gente tem que ser profissional quando joga futebol, mas claro que quando se joga pelo time de coração é mais gostoso. No meu caso, então, nem se fala. Lá em casa, até minhas cachorras são Fluminense. É todo mundo”, festejou o atacante.
Fonte: Uol Esportes
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