ITAJÁ – Um encontro que deverá registrar-se esta semana e envolverá outros órgãos públicos do Estado poderá aprovar a proposta de diminuição da vazão d'água por meio das válvulas dispersoras da barragem Engenheiro Armando Ribeiro Gonçalves, principal reservatório artificial hídrico do Rio Grande do Norte, com capacidade global de 2,4 bilhões de metros cúbicos d'água. A possibilidade está sendo admitida pelo chefe da Unidade de Campo do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs), autarquia gestora da barragem, técnico Paulo Rodrigues da Costa Júnior.
O representante do órgão autárquico disse que a medida, caso seja implementada, tem o caráter específico de evitar que haja um colapso no abastecimento a várias povoações rurais e cidades no entorno do rio Piranhas/Açu, sobremaneira as comunidades que necessitam da água para a atividade agrícola e pecuária.
A água liberada pelas comportas da barragem, além de atender diversos proprietários rurais e agricultores familiares num percurso que compreende os municípios de Ipanguaçu, Alto do Rodrigues, Pendências e Macau, também alimenta diversas adutoras que suprem dezenas de outras cidades e povoados.
Com a supressão do nível de vazão, haverá uma redução na quantidade de água do rio que se perde na foz do oceano Atlântico, em Macau. Segundo Paulo Rodrigues, a intenção é fazer o que for possível para evitar a falta d'água nas cidades e localidades rurais. Ele registrou que, hoje, o reservatório possui 73% de sua capacidade global de armazenamento. Considerou que a providência é prudente, em razão do quadro acentuado de seca em toda a região.
O técnico do Dnocs vê como "razoável" o volume d'água na barragem, consequência das boas chuvas caídas em 2011. Para que a massa hídrica atinja o primeiro sangradouro faltam 500 milhões de metros cúbicos de água.
PANORAMA
Paulo Rodrigues informou que, se for aprovada, a medida de redução da vazão da barragem não será constante. Ela deverá ser adotada por um prazo não superior a 15 dias. Com mais de 60% de seu território com característica rural, Ipanguaçu é uma das cidades que mais dependem do fluxo d'água do rio Piranhas/Açu para garantir a manutenção da atividade agrícola e pecuária.
O prefeito Leonardo da Silva Oliveira (PT) reconhece que o agravamento da estiagem já tem gerado uma série de problemas. No entanto, a situação não é muito diferente nos demais municípios banhados pelo leito do rio na região do Vale do Açu.
Fonte: O Mossoroense
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