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sábado, maio 05, 2012

Coronel PM financiou morte de F. Gomes


A morte do radialista Francisco Gomes Medeiros, o "F. Gomes", ocorrida em outubro de 2010, foi financiada pelo ex-diretor do presídio estadual de Caicó, o tenente-coronel Marcos Antônio de Jesus Moreira. Essa foi a conclusão da investigação feita pela Polícia Civil, remetida à Justiça esta semana. O oficial foi preso na noite da quinta-feira passada. Além dele, outras cinco pessoas estão presas sob acu-sação de terem participado do crime, motivado pela cobertura dada pela vítima às denúncias contra o militar.
O inquérito foi concluído pela delegada Sheila Maria de Freitas na quarta-feira passada. O caso está em segredo de justiça e por isso ela não detalhou a investigação. Confirmou somente a prisão do tenente-coronel Marcos Antônio de Jesus Moreira, que atualmente comandava o 11º Batalhão da Polícia Militar, em Macaíba. No entanto, segundo uma fonte ouvida pela reportagem, a investigação apontou que o oficial teria financiado a morte de F. Gomes para se vingar da cobertura dada na época que ele era diretor do "Pereirão", presídio estadual de Caicó, alvo de denúncias de irregularidade. 
Ainda segundo o que foi apurado pelo DE FATO, o tenente-coronel vendeu um quadriciclo por aproximadamente R$ 24 mil e parte do dinheiro foi destinada ao pagamento do assassinato de F. Gomes, executado por João Francisco dos Santos, o "Dão", que foi preso logo no início da investigação e confessou ter efetuado os tiros. No processo há o depoimento de um outro preso que confirma essa versão, incriminando ainda mais o tenente-coronel. Além disso, existem ainda telefonemas que comprovam a participação do militar e outros indícios que deverão ser revelados durante os próximos dias.
A fonte ouvida pelo DE FATO disse ainda que não restam dúvidas quanto à motivação do crime. O tenente-coronel Moreira foi alvo de inúmeras denúncias feitas por servidores do presídio estadual de Caicó e F. Gomes deu ampla divulgação ao caso no seu blog (bastante visitado na região) e em seu programa de rádio. Após procedimento interno, o militar acabou sendo exonerado do cargo de diretor do presídio e culpou F. Gomes pela repercussão das denúncias, ainda segundo o que foi apurado pelo DE FATO junto a sua fonte. Revoltado, o PM deu início ao plano de vingança.
A delegada Sheila Maria de Freitas, responsável pela investigação, foi procurada pela reportagem para comentar a prisão do tenente-coronel e dos outros cinco envolvidos, mas alegou impedimento devido ao segredo decretado no processo. O promotor de justiça de Caicó, Geraldo Rufino, também não quis comentar sobre o assunto. Ele apenas confirmou a existência de inúmeros indícios contra o tenente-coronel na investigação. A delegada e o promotor de justiça anunciaram que deverão conceder uma entrevista coletiva para esclarecer as dúvidas sobre a investigação só na próxima semana.

Seis são presos na investigação
A conturbada investigação em torno da morte do radialista Francisco Gomes Medeiros, o "F. Gomes", resultou na prisão de seis pes-soas e foi reaberta mais de uma vez, após ter sido anunciado o seu encerramento.
Os últimos a serem presos tinham sido o policial militar Evandro Medeiros e o pastor Gilson Neudo Soares do Amaral. Eles foram presos por ordem judicial em março deste ano e os motivos não foram revelados pela Polícia na época.
A prisão dos dois gerou muitas dúvidas quanto ao resultado da última investigação, que oficialmente havia sido concluída, mas uma nova foi reaberta, assumida pela delegada Sheila Maria de Freitas. O caso F. Gomes, aliás, tem tido inúmeras reviravoltas. Antes disso, ele já havia sido encerrado e reaberto, quando ocorreram prisões de mais suspeitos.
Agora, com o tenente-coronel, o soldado e o pastor, somam seis prisões. Estão presos o advogado Rivaldo Dantas de Farias, que tra-balhava na defesa dos suspeitos, o comerciante Lailson Lopes, "Gordo da Rodoviária", e João Francisco dos Santos, que é o "Dão".
O primeiro a ser preso foi Dão, logo no início da investigação. Depois dele foram presos o Gordo da Rodoviária e o advogado Rivaldo Dantas.
Por enquanto, apenas a participação de Dão foi divulgada. Ele foi responsável pela execução do crime e confessou isso logo no início da investigação, mas apresentou motivações di-versas durante o inquérito.

Fonte: Defato

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