Com o início de mais uma semana da greve dos servidores da educação pública de Mossoró, o procurador-geral do município, Olavo Hamilton, anuncia que a prefeitura já entrou com o pedido de ilegalidade da paralisação. Segundo o procurador, a decisão judicial em relação à greve dos professores deve ser expedida nos próximos dias.
Olavo Hamilton afirma que acredita que a decisão judicial seja favorável à prefeitura. O procurador frisa que enquanto o Município puder conversar com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró, vai estar aberto a negociações, mas algumas atitudes tomadas pela categoria prejudicam o diálogo.
É o caso do protesto organizado pelo sindicato, realizado na manhã de ontem pelos professores, na feira do Vuco-Vuco. Durante a manifestação, a categoria distribuiu panfletos e exibiu um banner com as fotos dos sete vereadores que votaram favoráveis ao projeto de lei que atualiza o piso salarial dos professores, além da foto da prefeita do município.
Para o procurador Olavo Hamilton, essa atitude sinaliza para a indisponibilidade do sindicato de conversar com a prefeitura.
A gerente da Educação, Ieda Chaves, afirma que na próxima quinta-feira, 26, vai participar de uma reunião, na sede da prefeitura, solicitada pela diretoria do sindicato. No entanto, nem Ieda Chaves, nem Olavo Hamilton, que também participará da reunião, tem informações da pauta que será discutida.
Para Ieda Chaves, os professores não estão explicando os reais motivos do movimento. Segundo a gerente, a categoria acusa os vereadores por terem votado contra os professores, mas não explica no que foi que eles votaram.
"Eu estou andando com as duas leis e até agora ninguém me mostrou o que foi que mudou de um para o outro, já que eles dizem que o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) foi rasgado", comenta.
Ieda Chaves frisa que ninguém vai se prejudicar, porque os professores com nível médio, que estão na classe única do Nível I, todos com mais de 15 anos de carreira, caso mudem para o nível superior, não ficarão na classe 1, estes serão nivelados na classe que tiver com salário acima do que recebia no Nível 1.
"Ninguém pode retroagir, então nenhum profissional com nível superior vai receber menos que os profissionais com nível médio, já que atualmente no município não existe nenhum professor nas primeiras classes do Nível 2, e não serão mais contratados mais professores com nível médio. O Município também não contratará mais professores para carga horária de 30h, os novos professores aprovados terão carga horária de 40h", explica.
De acordo com Ieda Chaves, o sindicato não está sendo honesto quando fala que estão em greve porque a prefeitura extinguiu a carreira dos servidores, porque isso não é verdade.
"Era mais honesto eles dizerem que pediram 12% de reajuste e a prefeitura ofereceu 6,37%, e que decidiram permanecer em greve para negociar os 5,63% restantes", comenta.
A professora Marleide Cunha, que participou do protesto, diz que o local foi escolhido pela grande rotatividade de pessoas que frequentam a feira. Ela afirma que a categoria quer o apoio da população para impedir a sanção da Lei, aprovada na Câmara Municipal.
A diarista Filomena Antônia da Silva, moradora do Bairro Barrocas II, diz que tem uma filha de 4 anos que está sem aula, mas apóia a greve, porque acredita que os professores têm o direito de lutar pelo que for melhor para a categoria.
Fonte: Defato
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