O cabeleireiro Daniel de Oliveira, de 25 anos, afirma que um problema no câmbio foi a causa do acidente com o carro que ele dirigia e que atingiu o segundo andar de uma casa no Itaim Paulista, Zona Leste de São Paulo.
O acidente foi na manhã de domingo (15) e teve grande repercussão depois que a imagem do carro pendurado nos fundos da casa foi divulgada na segunda. Oito pessoas estavam na casa, incluindo cinco crianças, mas ninguém no imóvel ficou ferido. Oliveira, que teve de ser retirado do veículo pelos bombeiros, teve ferimentos leves.
Em entrevista ao G1, ele conta que voltava para casa após uma festa de aniversário, quando o carro ficou sem controle em uma descida e foi lançado para o ar ao passar por uma elevação na beira de um córrego.
Oliveira diz que perdeu o controle de seu Peugeot 206, ano 2001, na Rua Padre Francisco Veloso, onde mora. A via tem um trecho em declive, e termina em um córrego. Do outro lado dele ficam os fundos da casa atingida.
Na margem do córrego, há um monte de terra formado por entulhos, que ajudou a projetar o carro em direção ao segundo andar do imóvel.
Oliveira disse que não tem carteira de habilitação e que havia bebido na festa – entretanto, ele afirmou saber dirigir e disse que não estava alcoolizado.
"Eu não estava alcoolizado.Tinha consumido [bebida alcoólica], mas muito pouco, e eu tinha parado à 1h [o acidente aconteceu por volta das 7h30]. Se fosse acontecer alguma coisa pela bebida ia ser no caminho de volta, peguei [a rodovia] Ayrton Senna, a Marginal Tietê. Não [seria] bater na porta da minha casa", disse o cabeleireiro.
O jovem diz não se lembrar do momento da batida. "Só lembro que a alavanca [do câmbio] levantou e eu não consegui parar o carro. Não sei se o carro morreu, se travou o acelerador. E lembro de alguém abrindo a janela da casa. Não sei se era o bombeiro ou se era o dono da casa", afirmou.
Antes do acidente, Oliveira relatou que havia percebido problemas no câmbio no caminho entre o Tatuapé, também na Zona Leste, onde foi comemorado o aniversário do amigo, e sua casa. "Eu não conseguia engatar as marchas. Depois eu consegui e vim para casa. Parou de novo, mas consegui seguir. Quando cheguei aqui só lembro da alavanca subindo e eu perdendo o controle."
Oliveira ficou preso dentro do carro e precisou ser resgatado pelos bombeiros por meio de cordas. Ele teve ferimentos nos braços e no rosto, e sente muitas dores nas costas "Só as pernas estão legais, o resto dói tudo. O airbag que salvou. E Deus. No caso, foi Deus, o airbag só ajudou. Podia ter sido pior, tanto para mim quanto para a família", disse (veja ao lado reportagem do SPTV de segunda-feira sobre o acidente.)
Prejuízos
O carro havia sido comprado por Oliveira há cerca de seis meses e ainda há 32 parcelas a serem pagas. A família ainda não sabe para onde o veículo – que não tinha seguro – foi levado. O G1 entrou em contato com a delegacia onde o caso foi registrado e com a Secretaria de Segurança Pública para saber o destino do automóvel e se ele passou por perícia. Até o horário de publicação desta reportagem, delegacia e secretaria não haviam dado resposta.
Oliveira não quis comentar o fato de não ter carteira de habilitação. O Código Brasileiro de Trânsito (CTB), de 1997, inclui a conduta de dirigir sem habilitação na lista de crimes, passível de detenção de seis meses a um ano, ou multa. Um inquérito foi instaurado no 50º Distrito Policial para investigar o caso.
Além do prejuízo pessoal, o cabeleireiro e sua família se comprometeram a pagar a reforma da casa atingida – com o impacto da batida, uma parede da casa foi destruída, além de um banheiro e parte de um quarto. "A casa é tudo comigo. No hospital o policial veio falar comigo e eu disse que podia avisar a família. O mais importante é que estou vivo, e eles também."
O pai do cabeleireiro, Joaquim de Oliveira, já havia conversado por telefone com os donos da casa atingida na manhã desta terça-feira (17) e iria até o imóvel ainda durante a manhã para se informar sobre os gastos necessários.
Interdição
O imóvel foi parcialmente interditado pela Defesa Civil – o segundo andar foi liberado apenas para a realização das obras necessárias. O primeiro andar foi liberado para a família. Entretanto, a dona de casa Luciene Jesus de Almeida, que mora no local com o marido e o filho de 10 anos, preferiu passar a noite na casa de uma vizinha. "Estou com medo de ficar aqui com aquele buraco aberto. E está muita bagunça ainda", disse ela na manhã desta terça.
Um pedreiro estava no imóvel nesta manhã para avaliação do que precisará ser feito. Luciene confirmou que a família de Daniel se ofereceu para pagar a reforma, mas disse que ainda não tem uma estimativa do valor necessário para a realização das obras.
Fonte: G1
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