Vai completar um mês que o jovem Wanderson Everson da Costa, 16 anos, foi levado à força por dois homens da rua de sua casa e não foi mais encontrado pelos seus familiares. O garoto havia sido detido pela manhã por policiais militares, sob suspeita de ter furtado a arma de um militar, mas foi liberado pela Polícia Civil por falta de provas. A família do garoto já perdeu a esperança de encontrá-lo com vida e agora luta para encontrar pelo menos o corpo para poder fazer o enterro, como manda a tradição.
A mãe do garoto, a dona-de-casa Jucineide da Costa, 38, vê suas esperanças se esvaírem a cada dia que passa. O menino foi levado praticamente da porta de casa no dia 25 do mês passado. Vizinhos contaram que ele foi pego por dois homens que estava em um carro de cor escura, por volta das 19h. Pela manhã, a mãe já havia testemunhado o garoto ser levado à força por policiais militares que o acusaram de ter furtado a arma de um colega. Sem ordem judicial que autorizasse a apreensão, o garoto foi liberado horas depois pela Polícia Civil e voltou para casa. À noite, ele saiu e foi raptado.
Apesar de todo o tempo que já passou, a Polícia Civil ainda não abriu procedimento para investigar o sumiço do garoto. O caso foi registrado no bairro Boa Vista, a área de atuação da Segunda Delegacia de Polícia Civil (II DP). O delegado titular daquela Distrital, Roberto Moura, disse que está aguardando determinação do Ministério Público Estadual para iniciar a investigação. "Não adiantava eu começar um procedimento sem saber o que está sendo feito pelo Ministério Público, se pediu para ser investigado por um delegado especial, se vai encaminhar para a delegacia regional", explica.
Roberto foi questionado pela Corregedoria-Geral da Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (SESED) através de ofício, sobre o andamento da investigação. "A Corregedoria queria saber se o caso estava sendo investigado por aqui (II DP)", destaca Roberto, acrescentando que tomou a decisão de esperar pelo MP porque a mãe do garoto havia registrado o seu desaparecimento no órgão, que está acompanhando o caso. Hoje mesmo a mãe do garoto irá a uma nova audiência no MP de Mossoró, à espera de que providências efetivas já tenham sido adotadas no caso.
Ao ser questionada pela reportagem sobre suas esperanças de reencontrar o filho ainda com vida, Jucineide mostra-se descrente. "Pra ser sincera, não espero encontrar ele mais vivo não. Esse tempo todinho... Ele num é menino pra ficar esse tempo todo fora de casa não... Ele saia e voltava logo. Nunca tinha passado tanto tempo. No máximo, eram dois dias e já tava em casa, bem cedinho", acrescentando: A gente espera que alguém faça uma denúncia anônima pra a gente encontrar pelo menos o corpo... Colocar no canto e saber onde está, né (sic)? A gente num teve direito nem ao enterro", lamenta.
Fonte: Defato
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