A Polícia Civil já identificou o autor do homicídio ocorrido no domingo passado e vai pedir a prisão preventiva do suspeito. Esse é o segundo assassinato atribuído a Clélio Mateus da Silva. O outro ocorreu em agosto de 2010 e ele é réu confesso nesse processo. Diante da reincidência, o delegado que investiga o caso pretende pedir a prisão preventiva e evitar que haja outros homicídios.
O novo crime atribuído a Clélio ocorreu no domingo, no conjunto Freitas Nobre (zona norte). A vítima é Aldivan Tomaz de Aquino, que tinha 42 anos e era conhecida como "Van Van". A vítima estava em um bar, aparentemente bebendo com o suspeito. Os dois discutiram e um acabou morto.
O motivo da discussão entre os dois ainda é desconhecido, segundo o delegado Francisco Edvan Queiroz, que é responsável pela investigação. "O crime está praticamente elucidado. As testemunhas que estavam no local já foram ouvidas e disseram que Clélio cometeu o crime. Agora queremos saber o motivo", diz.
A investigação foi praticamente concluída no dia em que ocorreu o crime, segundo Edvan. O delegado Rubério Pinto estava à frente da Delegacia de Plantão e foi ao local logo após o registro do assassinato. As testemunhas foram ouvidas ainda no calor do fato e esclareceram a autoria do homicídio.
Edvan afirma que agora restam ainda algumas informações a serem esclarecidas, bem como o recebimento dos exames feitos pelo Instituto Técnico-Científico de Polícia (ITEP). O prazo é de 30 dias para a entrega dos laudos conclusivos, mas geralmente passa desse prazo.
"Enquanto isso, vamos colhendo mais depoimentos e vamos aguardar pela apresentação dele", adianta Edvan, lembrando que tem pressa em pedir a prisão preventiva do suspeito para evitar que ele cometa um novo assassinato. O outro crime ocorreu em 2010 e caso o suspeito estivesse preso, não teria cometido um novo.
A vítima do outro crime é Thiago Alves da Silva, assassinado no dia 1º de agosto. O inquérito ainda está na Primeira Delegacia de Polícia Civil, mas será remetido agora à Justiça.
"Vou pedir a prisão dele com base no seu envolvimento em outro crime", justifica o responsável pela investigação dos dois assassinatos, demonstrando esperança na Justiça.
No caso de Van Van, ele foi morto com um único disparo. O tiro foi efetuado à queima-roupa. A marca da pólvora (comum neste tipo de caso) é facilmente percebida ao redor do local onde foi dado o tiro.
A vítima estava sentada e não teve chance de reação. De acordo com os policiais que estiveram no local, o disparo pode ter "pego" a vítima de surpresa. Ele ficou sentado, no mesmo local que foi atingido.
Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionada para prestar socorro, mas, quando chegou, ele já estava morto.
Demora provoca mais morte
O tempo que leva um criminoso a sentar no banco dos réus e ser condenado pela infração que cometeu pode levar vários anos no Brasil. Através de recursos jurídicos, esses criminosos conseguem aguardar o julgamento em liberdade e, muitas vezes, voltam a repetir suas práticas delituosas.
De 2010 para 2012, Clelio Mateus da Silva foi apontado como autor de dois homicídios. No primeiro, ele chegou a confessar o crime, mas não foi o suficiente para lhe segurar na prisão. Ele está em liberdade, após o segundo assassinato.
Fato semelhante foi constatado no mês passado, quando um carroceiro foi assassinado no bairro Alto da Conceição (zona sul). Luís Dom Diego Dantas, que tem 24 anos e é conhecido como "Pombinha", se apresentou na Segunda Delegacia de Polícia Civil e confessou a morte do carroceiro.
Ele prestou depoimento e foi liberado. Antes desse crime, Pombinha já era investigado de outro homicídio, uma tentativa e mais dois assaltos. Os crimes foram cometidos entre os anos de 2007 e 2010, em Mossoró e outras cidades dessa região.
O primeiro crime que consta na lista de Pombinha ocorreu em 2007, em Mossoró, quando ele teria praticado um assalto. Em 2009, outros dois processos foram abertos contra ele, sendo um por assalto, em Grossos, e outro por assassinato, em Mossoró. Apesar dos antecedentes criminais, o suspeito voltou às ruas e um novo inquérito foi aberto contra ele.
Este foi por tentativa de homicídio, também em Mossoró, registrada em 2010. Dois anos depois, veio nova morte.
A última vítima é o carroceiro José Sanini da Silva, 46 anos, morto no dia 17 de março deste ano. Ele havia discutido com o suspeito e isso foi suficiente para a sua execução, conforme declarou o suspeito em depoimento à II Delegacia.
Para que um criminoso seja julgado e cumpra pena pelo seu crime, em via de regra, é preciso que a Polícia Civil investigue, apresente o inquérito ao Ministério Público, que por sua vez analisa e oferece denúncia (ou não) ao Poder Judiciário.
Fonte: Defato
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