Grampos telefônicos da operação Monte Carlo, da Polícia Federal, indicaram que o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), teria tentado negociar com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso na operação desde 29 de fevereiro deste ano. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (11) pelo jornal “O Estado de S.Paulo”.
Segundo reportagem publicada nesta tarde, o inquérito da operação indica que Agnelo teria tentado uma reunião com o contraventor, apontado como o chefe da máfia dos caça-níqueis em Goiás e no DF, tendo, como pano de fundo, pagamentos do governo do DF a empresas do esquema comandado pelo bicheiro.
Conforme o jornal, a PF gravou um telefonema feito em 16 de junho de 2011 no qual o sargento Idalberto Matias, o Dadá, aliado do contraventor, avisa a ele ter sido procurado por João Carlos Feitosa Zunga, ex-subsecretário de Esportes e funcionário do governo do DF, informando que o "01" queria falar com ele.
A PF aponta que "01" era a forma como os aliados de Cachoeira se referiam a Agnelo. "O Zunga me ligou aqui, está querendo falar com você, porque o chefe dele lá, o 01, está querendo...quer falar com você", afirma Dadá. "Vou falar com ele", responde Cachoeira. Segundo o “Estado”, já nas transcrições do relatório da PF o "01" é identificado como "governador".
Agnelo afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não vê a possibilidade de ser o "01" citado pela PF. O petista disse não ter se encontrado com Cachoeira ou mantido contato telefônico com ele.
O esquema montado pelo empresário teria ligação ainda com deputados federais e com o senador Demóstenes Torres (sem partido). O governador do Estado, Marconi Perillo, também foi citado durante as investigações.
Fonte: Portal Uol
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