Relatório elaborado pela auditoria interna da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) aponta indícios de irregularidades no concurso público que a instituição está promovendo para preenchimento de 101 vagas para cargos de técnico-administrativo.
Segundo o relatório, motivado por denúncia e assinado pelo auditor André Luís Américo Moreira, há suspeitas de irregularidades na inscrição dos professores Genilson Fernandes de Queiroz e Valéria Veras de Paula no concurso público.
Os docentes efetuaram suas inscrições para os cargos, respectivamente, de médico veterinário (clínica cirúrgica de pequenos animais e diagnóstico por imagem) e médico veterinário (anestesiologia e terapia intensiva). Porém, após analisar a documentação solicitada, a auditoria constatou a participação efetiva e determinante do professor Genilson Fernandes na qualidade de diretor do Hospital Veterinário da Ufersa, na definição dos perfis dos cargos de médico veterinário e no conteúdo programático dos cargos citados.
A auditoria enfatiza que a definição dos perfis e do conteúdo programático coincide com a formação profissional/acadêmica e com as disciplinas ministradas pelo docente Genilson Fernandes e pela professora Valéria Veras (ex-diretora do Hospital Veterinário da Ufersa).
"Do exposto é forçoso concluir que a manutenção da participação dos docentes supracitados no certame o torna ilegal, gerando rompimento da isonomia entre este e os demais candidatos a serem sabatinados, viciando o processo de seleção pela afronta aos princípios constitucionais da impessoalidade e moralidade", destaca trecho do relatório.
Diante dos indícios de possível fraude, o auditor André Luís Américo recomenda o indeferimento da inscrição de Genilson Fernandes e Valéria Veras, considerando que a manutenção da irregularidade levantada pode gerar o cancelamento do concurso.
Reitor declara que Universidade só irá adotar providências após parecer da Procuradoria Federal
Em contato com a equipe do jornal O Mossoroense, o reitor da Ufersa, professor Josivan Barbosa, disse que as providências referentes aos indícios de irregularidade no concurso público só serão adotadas após a Procuradoria Federal (órgão responsável pela assessoria jurídica da Ufersa) emitir posicionamento oficial sobre o assunto.
"Nós recebemos o parecer da auditoria interna, junto com toda a documentação. A partir disso, foi aberto um processo administrativo interno, e essa documentação foi encaminhada à Procuradoria Federal, que vai se pronunciar, e então tomaremos as devidas providências", comenta Josivan Barbosa.
O reitor informa que com a proximidade de realização das provas do concurso, agendadas para o próximo dia 29, é esperado que o parecer da Procuradoria Federal seja emitido em breve.
Questionado a respeito de onde teria partido o pedido de análise da auditoria da instituição, Josivan Barbosa disse desconhecer essa informação. "Não sei de onde partiu esse processo" diz.
A reportagem tentou entrar em contato com os professores citados no relatório da auditoria, mas só interpelou o docente Genilson Fernandes, que evitou falar sobre o assunto. Já o celular de Valéria Veras estava desligado.
Fonte: O Mossoroense
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