O vice-ministro Economia da Argentina, Axel Kicillof, afirmou nesta terça-feira (17), em pronunciamento no Senado do país, que o governo não irá pagar, pela expropriada YPF, o preço pedido pela Repsol.
"Já podemos dizer que os números que a empresa estava divulgando de maneira muito imprudente vão ser revisados à medida que podemos conhecer as informações secretas que a própria empresa tinha", disse Kicillof.
A companhia petrolífera espanhola Repsol afirmou que calcula em US$ 10,5 bilhões a participação de 57,4% que detém na filial argentina YPF. A empresa teve sua expropriação anunciada na segunda pela presidente Cristina Kirchner. De acordo com a empresa espanhola, o valor total da YPF alcança US$ 18,3 bilhões.
"O custo da empresa vai ter de ser discutido", disse o ministro o ministro do planejamento e novo interventor da YFP, Julio De Vido, segundo o jornal El País.
"Uma coisa é pensar que o petróleo é um recurso a ser exportado ao exterior, outra é pensá-lo como um elemento central de crescimento e bem-estar da população argentina. Não podemos nos dar ao luxo de discutir com um grupo internacional o que vai ser com o ar e o que vai ser com a produção de petróleo", disse Kicillof no senado. Ele disse que não se pode deixar a definição dos preços dos combustíveis nas mãos de estranegeiros.
Segundo a Reuters, o vice-ministro teria dito ainda que "não vamos pagar os US$ 10 bilhões de dólares, como disse o senhor Bufau".
Presente na mesma comissão, De Vido mostrou fotografias enviadas pelo governador da província de Mendoza alegando dano ambiental causado pela Repsol de nunca até ontem o Governo tinha informado nada. "Eles têm de pagar porque o ambiente, o território argentino não se rifa, tem preço, como Brufau estima que tem a Repsol. Com isso vamos ser muito inflexíveis."
Segundo o presidente da Repsol, Antonio Brufau, o governo de Cristina Kirchner decidiu expropriar parte da petroleira YPF no país para "tapar a crise social e econômica que o país enfrenta". "A expropriação é apenas uma forma de tapar a crise social e econômica que a Argentina está enfrentando", insistiu. "Ao levantar a bandeira da expropriação e buscar um responsável na YPF esconde a realidade", completou.
Nacionalização
Na segunda (16), a Argentina anunciou que irá nacionalizar a petroleira YPF no país, filial da espanhola Repsol. A companhia, segundo a presidente Cristina Kirchner, será declarada "de interesse público nacional".
De acordo com a presidente Cristina Kirchner, durante anúncio na véspera, 51% das ações da companhia passarão ao controle do governo federal, enquanto os outros 49% serão distribuídos entre as províncias.
A Repsol YPF é a líder no mercado de combustíveis na Argentina. Sua filial YPF, privatizada nos anos 1990, controla 52% da capacidade de refinamento do país e dispõe de uma rede de 1.600 estações de serviços.
Umas das principais críticas é que a Repsol-YPF "reduziu em 30%-35% sua produção de petróleo nos últimos anos e mais de 40% a de gás", o que forçou a Argentina a aumentar em mais de US$ 9 bilhões as importações de hidrocarbonetos, segundo um documento das províncias. A Repsol YPF rejeita o argumento oficial e assegura que em 2012 deve investir 15 bilhões de pesos (US$ 3,4 bilhões) no país.
"O objetivo do governo é atingir o autoabastecimento de petróleo. Analisamos cada uma das concessões e o cumprimento dos contratos. Quando isso não ocorre, a situação se reverte", disse, na sexta-feira, o ministro argentino da Economia, Hernán Lorenzino.
Fonte: G1
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