- Allan de Carvalho / SSPSEMais de 400 presos mantiveram cerca de 120 reféns em presídio de Aracaju
Terminou na tarde desta segunda-feira (16), depois de pouco mais de 26 horas, a rebelião no complexo penitenciário Advogado Antonio Jacinto Filho (Compajaf), em Aracaju. O Batalhão de Choque entrou na unidade e rendeu os cerca de 400 presos que estavam rebelados desde ontem à tarde. Não há informação de feridos.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), os cinco presos apontados como líderes da rebelião estão sendo transferidos para outras unidades prisionais no Estado.
Os presos chegaram a manter cerca de 120 reféns --sendo três agentes carcerários e o restante, familiares-- desde a tarde deste domingo (15). Ao longo do dia de hoje, parte das vítimas foi liberada.
Os detentos encerraram o motim após terem sido atendidos em oito das dez exigências apresentadas: extinção da ala de sentenciados; retirada de uma servidora responsável pela revista dos presos; agilização do atendimento médico; apuração dos supostos abusos por parte dos agentes prisionais; revisão do esquema que recepciona os familiares em dia de visita; ampliação da programação de televisão; garantia da integridade física; e aceleração nos processos para resolução dos casos dos presos provisórios.
A mudança na direção do presídio e na administração da unidade, que é realizada pela empresa privada Reviver --que cuida da alimentação, limpeza e gestão em geral dos detentos--, além da ampliação do horário de visita, não foram atendidos pela comissão que negociou com os detentos.
O assessor de comunicação da SSP, Lucas Rosário, informou que houve dificuldade na vistoria após o fim da rebelião porque muitos detentos estavam sob efeito de entorpecentes –já que ingeriram substâncias químicas existentes na farmácia do presídio.
As duas escopetas calibre 12 que estavam com os detentos e outras armas não letais foram entregues à polícia. Os reféns foram levados para um prédio anexo e também passaram por vistoria. “É um procedimento policial”, disse o assessor.
Os fornecimentos de energia e água tinham sido cortados na prisão. Dois cães de guarda do presídio foram mortos pelos presos e os detentos destelharam o prédio e atearam fogo em colchões.
“Boa parte das reivindicações feitas pelos rebelados é pertinente ao Poder Judiciário e por isso contamos aqui com a presença de representantes da Vara de Execuções Criminais para agilizar, por exemplo, a realização de audiências. Tem muitas coisas que não depende do secretário de Justiça. Do governo do Estado, nós atendemos tudo que é possível e razoável”, disse o secretário de Justiça de Sergipe, Benedito Figueiredo, momentos antes do fim do motim. O secretário não confirmou a informação de maus tratos contra os presos. “Eu admito apurar os maus tratos, mas admitir que houve, não", disse.
A Secretaria de Segurança Pública informou ainda que os presos rebelados destruíram grande parte das instalações do presídio. O órgão ainda não tem uma estimativa dos prejuízos. O local é considerado o presídio mais moderno de Sergipe e conta com amplo sistema de segurança eletrônico. Durante a rebelião, grande parte dos equipamentos foi danificada. (Com Agência Brasil)
Fonte: Portal Uol
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