Um grupo de nove especialidades médicas americanas divulgou nesta quarta-feira, 04/12, documento que recomenda a redução da indicação de exames diagnósticos. Foram incluídos na lista 45 diferentes tipos de exames, mas que poderá ser ampliada conforme adesão de outras especialidades.
As indicações do grupo americano refletem uma preocupação antiga da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) que há tempos luta para conscientizar sobre os riscos da solicitação excessiva de testes por parte dos médicos e também pacientes durante as consultas.
Segundo o presidente da SBMFC, Dr. Gustavo Gusso, o check-up deve começar em uma boa conversa. Depois, seguir para os exames quando necessário. O abuso desses procedimentos, no caso da saúde, definitivamente não é uma boa conduta. “Hoje, há um desbalanço no Brasil que tende ao exagero de ações de prevenção primária e secundária e pouca ênfase na quaternária. Os protocolos, que na maioria das vezes têm a chancela dos governos são bastante exagerados, pouco científicos e levam a possíveis intervenções desnecessárias ou perigosas."
De acordo com levantamento divulgado no segundo semestre de 2011 pelo IBOPE Inteligência o excesso de prevenção no Brasil passou de 32% em 2010 para 44% em 2011, enquanto no mundo, foi de 21%, em 2010, para 30% em 2011. “A prática de exames e procedimentos tornou-se algo comercial, feito muitas vezes de maneira desnecessária”, alerta Gusso.
O estudo ouviu 31.577 pessoas em 39 países, no Brasil foram 1.373 entrevistadas. O objetivo, segundo o IBOPE, foi medir a percepção da população mundial em relação à própria saúde e a forma como cada um se cuida, além de avaliar a relação médico-paciente.
Fonte: RS Press
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