quarta-feira, abril 04, 2012

Agricultores de Mossoró podem perder plantações devido à falta de chuvas

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As poucas chuvas do primeiro trimestre podem prejudicar as 130 comunidades e assentamentos de Mossoró, que com o período de estiagem correm o risco de ter suas safras perdidas. Segundo o Sindicato da Lavoura de Mossoró, as chuvas este ano estão abaixo da média, prejudicando assim as plantações que precisam de mais tempo para ser colhidas, como é o caso do milho, em que o período entre o plantio e a colheita é de 80 dias.
Devido às chuvas irregulares na região, a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn) desaconselhou aos agricultores plantarem milho este ano. O meteorologista da Emparn Gilmar Bristot explicou que o motivo para esta medida é a incerteza sobre a quantidade de chuvas para segurar uma lavoura de milho cultivada neste período. "O desenvolvimento de um plantio de milho leva em torno de 80 dias, desta forma para ter uma boa colheita as chuvas deveriam ser frequentes até junho", afirmou Gilmar.
O indicado é que os trabalhadores desenvolvam uma cultura que demande menos tempo para ser colhida, tal como o feijão. Dependendo da forma de cultivo e da temperatura do ambiente, o cereal pode apresentar ciclos variados de 65 a 100 dias, o que o torna uma cultura apropriada para compor, desde sistemas agrícolas intensivos irrigados, até aqueles com baixo uso tecnológico, principalmente de subsistência.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Lavoura, Francisco Gomes, informou que aqueles que plantaram milho em janeiro e fevereiro não puderam colher, pois as chuvas não foram suficientes para o crescimento dos pés. No entanto, as pessoas que esperaram para plantar neste mês de abril estão otimistas, pois há possibilidade de chuvas até junho,
"A gente espera que a chuva seja suficiente para podermos colher, pelo menos a comida destinada aos animais, porque para prover o sustento da família, juntamente com o dos animais, se torna caro para o homem do campo", disse Francisco.
De acordo com o secretário de Agricultura, Rondinelli Carlos, os agricultores da região ainda estão otimistas, já que o período de inverno ainda não acabou. "O que tenho verificado através do diálogo com os lavradores e as visitas que tenho realizado nas zonas rurais é que as pessoas ainda estão otimistas com a colheita para este ano. E a expectativa é que se as chuvas se mantiverem regulares a partir desta semana, a colheita será satisfatória", disse o secretário.
Para os agricultores, em momentos de insegurança, como este que passa a agricultura local, um dos alentos é a esperança de receber o Seguro-Safra, que assegura aos agricultores o não-prejuízo no caso de excesso ou escassez de chuva. O benefício é concedido ao trabalhador rural que venha a perder mais de 50% de sua lavoura.
A Secretaria de Agricultura informa que nos próximos meses fará o levantamento dos agricultores que terão direito ao benefício. "Em junho faremos o laudo nas comunidades agrícolas para saber se houve ou não a perda de mais de 50% das lavouras para disponibilizar para as comunidades rurais o benefício do Seguro-Safra. Mas para evitar perdas por falta de chuvas, o município, bem como o Governo do Estado e Federal, disponibiliza água, ao longo do ano, para que os agricultores irriguem as suas plantações e garantam a subsistência familiar", afirmou o secretário.

Fonte: O Mossoroense

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