Triplo atentado continua sem explicação

 

Permanece ainda sob mistério a morte de um jovem de 22 anos, baleado na noite de quarta-feira passada, na zona rural de Mossoró. Três pessoas foram alvejadas e uma delas morreu. A Polícia trabalha inicialmente com duas hipóteses: latrocínio, que é quando se mata para roubar, ou assassinato. Até ontem à tarde, a primeira versão tinha mais força junto aos investigadores, mas a outra não havia sido descartada.

Ricardo Bruno de Melo Silveira, que tinha 22 anos e trabalhava como mecânico, foi morto com vários disparos por volta das 19h da quarta-feira. Ele seguia em uma motocicleta, com outras duas pessoas, quando foi atacado no prolongamento da avenida Abel Coelho, já fora da zona urbana.

Os primeiros levantamentos colhidos pelos policiais militares que atenderam a ocorrência apontam que o crime teria sido cometido por uma ou duas que estavam escondidas no mato.

Quando Ricardo Bruno passou de motocicleta, foi surpreendido. Além dele, ficaram feridos ainda um outro jovem, Renato Teixeira Silvino, de 18 anos, e uma adolescente de 17.

Moradores da região ouviram os disparos e acionaram a Polícia Militar. Uma viatura foi deslocada ao local e encontrou os três caídos, um deles morto.

Os dois sobreviventes do ataque são considerados peças-fundamentais à investigação, segundo o delegado Roberto Moura, da Segunda Delegacia de Polícia Civil. Caso seja mantida a versão de um assassinato, ele deverá ficar com a investigação. Se for latrocínio (matar para roubar), o caso fica sob a responsabilidade da Delegacia Especializada em Furtos e Roubos (DEFUR), ao encargo do delegado Luís Fernando.

Até ontem, Roberto Moura afirmou ainda não ter certeza quanto à motivação do crime. Ele ainda aguardava o envio do procedimento realizado pela Delegacia de Plantão da Polícia Civil, que esteve no local do crime e fez os primeiros levantamentos. "Estamos aguardando receber o procedimento para definir qual a linha de investigação a ser adotada", disse.

Ricardo Bruno morava na rua Conceça Gomes da Silva, bairro Abolição IV (zona oeste), próximo à região do crime.

Segundo pesquisa feita pelo DE FATO no site do Tribunal de Justiça (TJ) do Rio Grande do Norte, não existe nenhum processo contra a vítima, o que enfraquece a versão de uma tentativa de homicídio motivada por rixa entre criminosos.

O atirador (ou atiradores) fugiu do local após balear os três jovens, sem levar nada, fato que também coloca em dúvida a versão de um latrocínio.

Roberto acredita que essas dúvidas tendem a diminuir com o avanço da investigação. O primeiro passo é definir a motivação. Se for mantida a hipótese de homicídio, a Polícia terá que descobrir quem seria o alvo do ataque e depois afunilar o inquérito, colhendo provas e ouvindo testemunhas.

Renato e a adolescente, ambos baleados no ataque, foram atendidos no Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) e liberados. A jovem recebeu alta primeiro e depois foi Renato.

Fonte: Defato