A Polícia Civil concluiu nesta quarta-feira (21) o inquérito sobre a confusão ocorrida na divulgação dos votos do desfile das escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo, em 21 de fevereiro.
De acordo com Luís Fernando Saab, o delegado da Delegacia Especializada em Atendimento ao Turista (Deatur), sete pessoas foram indiciadas e outras duas vão responder por um crime de menor potencial ofensivo.
Por supressão de documentos respondem Tiago Ciro Tadeu Faria, da Império de Casa Verde, e Cauê Ferreira, da Gaviões da Fiel, que pagaram fiança e deixaram a prisão. Faria disse que estava "no lugar errado, na hora errada". Ferreira negou que tenha rasgado votos.
Respondem também pelo crime dois integrantes da Camisa Verde e Branco, entre eles o diretor de carnaval da escola, Alexandre Salomão. Seu advogado, Adriano Sales Vani, afirmou que Salomão apenas chutou envelopes vazios. Eles podem pegar pena de um a cinco anos.
O incêndio ao carro alegórico da escola Pérola Negra, ocorrido logo após as notas serem rasgadas, também rendeu indiciamentos para três integrantes da torcida Gaviões da Fiel. O carro era verde e, segundo o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, também da Deatur, deu a impressão aos membros da Gaviões de que se tratava de uma alegoria da Mancha Verde, escola originária da torcida organizada do Palmeiras. A pena é de três a seis anos.
Presidentes
O presidente da escola de samba Vai-Vai, Darly Silva, o Neguitão, e o presidente da Pérola Negra, Edilson Casal, vão responder por causar tumulto. Provocar tumulto é um crime de menor potencial ofensivo, previsto no artigo 40 da Lei de Contravenções Penais, que dá pena de 15 dias a seis meses de prisão.
De acordo com Saab, os vídeos e os depoimentos de testemunhas ajudaram a identificar a participação de ambos no tumulto. “Quando um representante de escola faz um levante, portando-se mal, faz com que seus seguidores se comportem mal também”, diz Saab.
Na confusão, integrantes das escolas que acompanhavam a apuração aparecem em vídeos gritando revoltados com as notas e empurrando grades que os separavam da mesa onde as notas eram lidas. Tiago Ciro Tadeu Faria, que estava sentado na mesma mesa da diretoria da escola Império de Casa Verde, invadiu o local da apuração e rasgou notas quando faltavam ser lidas apenas as atribuições dadas as escolas por dois jurados.
O tesoureiro da Pérola Negra, Jairo Roizen, disse desconhecer a conclusão do nquérito. "Não chegou nada ainda para a Pérola Negra, nenhuma decisão da polícia de que o presidente irá responder por tumulto ou outro crime. Estamos esperando uma decisão deles, até por conta das notas rasgadas, que sumiram."
Quando esteve na Deatur, no dia 27 de fevereiro, Neguitão negou ter incitado a invasão. "Não existe incitação [à violência]. A gente vive num estado democrático onde cada um pode se manifestar. A Vai-Vai apenas se manifestou para reivindicar as notas dos jurados", afirmou, na época.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!