As quatro regiões de Mossoró foram "varridas" por aproximadamente 70 policiais militares durante o fim de semana passado. Quase 1.000 pessoas foram abordadas durante a operação que foi denominada "Mossoró Segura". Apesar de todo esse aparato policial empregado, apenas duas pessoas foram presas por embriaguez ao volante. Os locais alvos da operação foram escolhidos a partir de estatísticas com índices de homicídios, furtos e roubos, visando reduzir a violência nesses locais.
A blitz móvel começou por volta das 3h do sábado. A primeira fase foi concluída pela manhã e retomada à noite, adentrando no domingo. Na zona leste, os policiais "varreram" a Favela do Tranquilim. No norte passaram pelo Santo Antônio (líder em estatísticas de violência), Santa Helena e Paredões e depois seguiram para o leste, onde fiscalizaram os conjuntos Abolição III e IV, Santa Delmira e a Favela do Fio. Por fim, já na noite do domingo, o foco dos policiais voltou-se para a região sul, passando pelo Macarrão, Quixabeirinha I e II e Ouro Negro. Em cada local, a operação durava uma hora.
Segundo o major Correia Lima, subcomandante do II Batalhão de Polícia Militar de Mossoró, a operação consistia basicamente na união de esforços entre suas equipes e as equipes do XII Batalhão, coordenados pelo tenente-coronel Francisco Alvibar Gomes. Eram aproximadamente 70 policiais, todos do efetivo diário, em cerca de 15 carros, além das motocicletas da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (ROCAM). "Foi feito um planejamento, e ficou definido que iríamos para os bairros com maior índice. Todas as equipes iam para o mesmo lugar e depois saíam", explica.
Apesar de todo esse aparato que foi utilizado, dos dois batalhões juntos, não foi registrada nenhuma prisão por crime de natureza grave. As duas únicas prisões realizadas foram por embriaguez ao volante. Já no campo das apreensões, os policiais conseguiram recuperar duas motocicletas e dois carros com queixas de furto ou roubo. Nesses dois dias de operação, foram feitas 965 abordagens, 76 carros e 126 motos foram fiscalizados, fora estabelecimentos comerciais que tiveram atenção especial, como o Bar das Almas e o Vuco-Vuco e a Central de Abastecimento (COBAL), todos nos Paredões.
Apesar da ausência de prisões, o major Correia Lima faz questão de destacar o resultado positivo da operação. "O objetivo principal dessas operações não é prender. A prisão é uma consequência. A intenção maior é dar segurança à sociedade e evitar os crimes contra a vida e o patrimônio", explica o oficial militar. "Tem caráter preventivo. Não tem o objetivo específico de prender alguém. A gente quer que as pessoas vejam a presença da Polícia nas ruas e se sintam mais seguras", conclui o militar, revelando que já há previsão de novas ações desta natureza, sem revelar a data e os locais.
Oficial PM cobra mais ações contra traficantes
As ações realizadas durante o fim de semana pela Polícia Militar de Mossoró tinham como principal objetivo a atuação preventiva, ou seja, evitar que crimes aconteçam. Paralelo a este tipo de atividade, o ideal é que haja maior ênfase no combate ao tráfico de entorpecentes, a começar pela repressão à chegada no município.
Essa é a opinião do major Correia Lima, subcomandante do II Batalhão da PM de Mossoró. Ele destaca que é necessário evitar que a droga chegue às mãos dos traficantes, investindo em ações de inteligência, prevendo a ação do tráfico.
O ideal, na opinião dele, é combater o tráfico na porta de entrada e não depois, quando a droga estiver sendo revendida.
A PM costuma fazer constantes apreensões de drogas e prender pequenos vendedores, assim como a equipe da Delegacia Especializada em Narcóticos (DENARC) de Mossoró, que conta atualmente com uma equipe reduzida e uma pequena estrutura de trabalho, mas mesmo assim continua fazendo prisões e ações de pequeno e médio porte dentro da cidade.
"O combustível da violência é a droga. Esses homicídios, a maioria deles, são relacionados à disputa territorial pelo tráfico de drogas. Muitos desses pequenos crimes são frutos do vício da droga", destaca o militar.
Só neste ano, 34 pessoas foram mortas em Mossoró (incluindo aquelas que morreram durante operações policiais).
Fonte: Defato
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