MP pede que população denuncie demora de visita dos agentes de endemias nas residências

Em muitos pontos da cidade, existem imóveis que receberam a última visita do agente de endemias da Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM) há mais de um ano, quando o intervalo máximo de cada visita preconizado pelo Ministério da Saúde é de 40 dias. Diante da situação, o Ministério Público está reunindo provas para constatar a morosidade que a população sofre aguardando as visitas dos agentes de endemias, correndo o risco de ser infectado pelo mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue.

O promotor de Justiça com atribuições na Defesa da Saúde, Cidadania e Direitos Humanos, Flávio Côrte Pinheiro, solicita à população de Mossoró que eventualmente recebeu visitas dos agentes de endemias com intervalos superiores a 90 dias ou que não recebeu visitas há mais de 90 dias, que informe o fato ao Ministério Público.

De acordo com o MP, ao ser informado, no prazo de 30 dias, a 1ª Promotoria de Justiça de Mossoró fará diligência até a residência para comprovar o fato.

"Saliente-se que é possível verificar os intervalos entre as visitas dos agentes de endemias a partir da Ficha de Visita Domiciliar, normalmente afixada nas portas das cozinhas ou despensas das residências", informa o promotor Flávio Côrte.

As denúncias podem ser feitas por meio do telefone 3315-3859 ou pelo e-mail: secsaude, pjmossoro@rn.gov.br ou ainda se dirigindo pessoalmente à sede da Promotoria de Justiça, situada na rua José de Alencar, s/nº, Centro. 

CASO

No dia 26 de outubro do ano passado, o jornal O Mossoroense publicou reportagem relatando a morosidade das visitas dos agentes de endemias. Na oportunidade, um dos exemplos mostrados ocorria no bairro Paredões, onde muitos residentes chegam a aguardar cerca de 12 meses para receber orientação e inspeção do imóvel.

Nessa situação se encontra a dona de casa e moradora do bairro Paredões Isabela Silva. Ela conta que no folheto de controle das visitas das equipes de endemias a última inspeção anotada é de 18 de novembro de 2010.

Isabela Silva ressalta que a ausência do trabalho de apoio dos profissionais no combate à dengue já trouxe prejuízos à saúde. Isso porque mesmo ela tendo evitado o acúmulo de água parada e descartado possíveis recipientes de água que poderiam servir de criadouros do mosquito da dengue, ela contraiu a doença.

A equipe de reportagem procurou novamente a moradora, que revelou que até o momento ainda não recebeu visita dos agentes de endemias. "Já passou mais de um ano, e os agentes não vieram à minha casa", conta.

Fonte: O Mossoroense