Mais da metade da população se considera tímida, mostra pesquisa

Segundo pesquisadores da USP, é possível melhorar os efeitos da timidez e ter uma vida melhor. Fonoaudilogia e teatro ajudam a amenizar os sintomas.

Falar com o chefe, paquerar e conversar com desconhecidos são os principais terrores dos tímidos, segundo a pesquisa da USP, mas o maior pesadelo dos acanhados é falar em público.

“Por que elas estão em extrema exposição. Todo mundo vai estar olhando pra ela”, afirma Leda Vasconcelos, fonoaudióloga.

A timidez se apresenta nos primeiros meses de vida. Pesquisas americanas mostram que 20% dos bebês já dão sinais de acanhamento, como o choro no colo de estranhos, por isso o problema deve ser trabalhado desde cedo, com atividades como a música, por exemplo.

“Intuitivamente ela percebe que ela é aceita, que ela é estimada, que ela pertence a um grupo, pertencer a um grupo faz com que a nossa auto estima esteja elevada, seja valorizada”, diz Maricélia Saragiotto, diretora de escola.

Mas esse é um trabalho a longo prazo. Nos adultos, uma forma de expressão que ajuda a desinibir é o teatro. “Eu entrei com o objetivo de perder a timidez e isso acabou em meses, semanas”, diz João Guilherme Costa, 20 anos.

Em Campinas existe até uma clínica só para o tratamento da timidez. É frequentada por políticos, empresários, gente de várias classes sociais, que aprende a virar o foco das atenções sem aqueles efeitos indesejáveis.

Aos poucos os alunos aprendem a melhor forma de se expressar em público e também como agradar durante uma conversa. “Se a conversa está correndo sobre viagem, ele lembra de uma e fala com tom de voz mais alto, com mais emoção, e os outros vão escutar”, diz a fonoaudióloga.

A timidez nunca acaba, mas pode ter os efeitos reduzidos para uma vida melhor. “Não estou 100% controlado, mas evoluiu bastante, muito, senão não estaria nem conversando com você agora”, declara o ator, João Guilherme.

Fonte: Portalegre Notícias