O contraventor Carlos Augusto Ramos, "Carlinhos Cachoeira", continuará preso por decisão do Tribunal Regional Federal (TRF). Cachoeira é apontado como líder de uma quadrilha que atuava na contravenção e em crimes como corrupção de agentes públicos e está no presídio federal de Mossoró desde o último dia 1°. Ele foi preso em operação da Polícia Federal. O prazo inicial de permanência dele em Mossoró é de um ano, podendo ser dobrado.
O TRF da 1a. Região negou na segunda-feira passada, 26, o pedido de liberdade de Carlinhos Cachoeira. O contraventor foi preso preventivamente no dia 29 de fevereiro, durante a Operação Monte Carlo, feita pela Polícia Federal, que desmontou uma quadrilha que explorava máquinas caça-níqueis.
Os três integrantes da terceira turma do TRF negaram o habeas-corpus solicitado pela defesa do contraventor. O relator do caso, desembargador Tourinho Neto, havia negado o pedido no dia 19 de fevereiro. A desembargadora Assusete Magalhães, porém, havia pedido vista, adiando o resultado final. Segunda-feira, ela declarou seu voto, também contra Cachoeira. No mesmo sentido votou o juiz federal convocado, Evaldo de Oliveira Fernandes.
Na semana passada, o Ministério Público Federal em Goiás ofereceu denúncia à Justiça Federal contra Carlinhos Cachoeira e mais 80 pessoas, por envolvimento em uma suposta quadrilha desarticulada pela Operação Monte Carlo.
Segundo a Procuradoria da República, o grupo era encabeçado por Cachoeira e explorava direitos dos pontos de jogos caça-níquel em Goiânia (GO) e no entorno de Brasília (DF), onde as máquinas estavam clandestinamente instaladas. O negócio se mantinha com apoio de policiais militares, civis e federais.
CORRUPÇÃO
As investigações apontaram que Cachoeira tinha contato com os principais políticos de Goiás, entre os quais o governador Marconi Perillo (PSDB) e o senador Demóstenes Torres (DEM). O envolvimento com políticos não é tratado no relatório atual, pois essas informações têm de ser enviadas aos tribunais competentes para atuar no caso, como o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal.
De todos, a situação mais complicada é do senador Demóstenes Torres, líder do DEM no Senado. Gravações da Polícia Federal revelam que ele pediu dinheiro a Cachoeira e lhe deu informações oficiais.
Relatório com as gravações e outros graves indícios foi enviado à Procuradoria Geral da República em 2009, mas o chefe da instituição, Roberto Gurgel, não tomou qualquer providência para esclarecer o caso.
A TRANSFERÊNCIA
Cachoeira foi transferido para Mossoró na noite do dia 1°. Ele passou primeiro pela sede da PF em Goiânia, logo após ter sido preso, e foi enviado para a PF de Brasília (DF), de onde partiu para Mossoró.
A transferência foi feita durante a noite, de forma discreta, assim como a maioria das operações de transferência de presos para unidades federais.
Cachoeira foi integrado ao convívio com os demais presos há menos de uma semana. Ele passou 20 dias isolado, período que compreende o processo de triagem dos internos recém-chegados. Ele fica em uma cela individual, assim como os demais, e seu convívio com os outros ocorre no banho de sol. (Com informações do jornal Folha de S.Paulo)
Fonte: Defato
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