Há alguns meses, os transplantados do Rio Grande do Norte (RN), principalmente os de rins, estão sofrendo com a falta periódica de medicamentos necessários à manutenção do transplante que são distribuídos pela Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat). Os remédios são indispensáveis para o tratamento pós-transplante.
Segundo o presidente da Associação dos Renais Crônicos e Amigos de Mossoró e Região (Arcam), Marcos Freitas, que é transplantado há quatro anos, há três meses foi à Unicat para receber o medicamento Ciclosporina de 50 e 25 mg e não tinha. Após protestar na portaria da Unidade, com poucos dias o fornecimento foi regularizado. No entanto, na semana passada quando foi novamente pegar os remédios se deparou com o mesmo problema citado.
"Esses medicamentos são necessários para os transplantados e não tem para vender nas farmácias. Por isso, que nós (transplantados) dependemos mensalmente da distribuição desses remédios pela Unicat", destaca Marcos Freitas. Ele frisa que a falta da medicação pode acarretar uma série de problemas, inclusive o retorno à hemodiálise, no caso dos pacientes renais. Quanto aos transplantados de coração, por exemplo, as consequências deste problema podem ser ainda mais graves.
Marcos Freitas conta quem em Natal a falta de medicamentos na Unicat também é um problema grave. Ele relata que no mês passado um paciente transplantado de Natal, portador de diabetes e pressão alta, ao saber da falta de medicamento, alterou a voz contra a direção do órgão, e esta acionou a polícia por desacato à autoridade. "O caso está sendo encaminhado ao Ministério Público Estadual e Federal pelo presidente da Associação Potiguar dos Renais Crônicos em Natal", diz.
O presidente da Arcam relata a angústia vivenciada pelos pacientes devido à falta de medicamentos. "A gente gasta em média R$ 30 mil por um transplante. Depois temos que tomar todos os cuidados para manter o órgão. Nós estamos constantemente lutando para sair da máquina de hemodiálise e agora estamos sujeitos a qualquer hora a voltar ao sofrimento de diálise por que não temos os medicamentos. É revoltante", desabafa.
Conforme Marcos Freitas, no período de 13 a 14 de abril Natal realizará a I Jornada Norte-rio-grandense de Doação e Transplante de órgãos, promovida pela Central de Transplantes do RN. "Seria importante incluir nas discussões os problemas e dificuldades enfrentados pelos pacientes transplantados", sugere.
Marcos Freitas informa que a falta de medicamentos da Unicat é um problema sério, não somente para os transplantados, pessoas com outras doenças que necessitam de medicação de alta complexidade, como, por exemplo, doentes renais crônicos em tratamento de diálise em Mossoró. Ele informa que cerca de 300 pessoas fazem hemodiálise na cidade e passam pela mesma angústia por conta da falta de medicamento.
Diante do caso, as Associações de Renais Crônicos de Natal e Mossoró uniram-se no sentido de formular denúncia junto ao Ministério da Saúde e ao Ministério Público Estadual e Federal.
Farmacêutica da Unicat, Roseane Lima reconhece que alguns medicamentos estão em falta na Unidade, todavia ela informa que os pedidos dos remédios já foram feitos pela Unidade. A profissional explica que a Unicat de Mossoró não tem autonomia para adquirir os medicamentos, por isso a Unidade faz o pedido mensalmente dos medicamentos em Natal e aguarda a chegada.
Fonte: O Mossoroense
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!