Moradores de dois barracos construídos no loteamento Pousada das Thermas foram obrigados na tarde de ontem, 30, a abandonar o local após uma ordem judicial ter sido emitida pelo juizado da Vara da Fazenda Pública de Mossoró, onde um pedido de reintegração de posse, feito pelo Estado, foi atendido pelo juiz Pedro Cordeiro.
De acordo com o oficial de justiça Roberto Freitas, os moradores foram avisados com antecedência sobre o pedido de reintegração, por isso não houve qualquer tentativa de impedimento por parte dos residentes. "Eles foram saindo pacificamente, não houve reação, até porque eles tinham conhecimento", explicou.
Os dois barracos abrigavam sete pessoas, sendo um habitado pelo desempregado Geraldo Matias, de 52 anos, que morava no local há mais de dois anos. "Agora não tenho para onde ir, onde morar. Antes de montar esse barraco passei dois anos dormindo no chão, e agora? Será que essas pessoas não têm coração? Não quero tomar terreno de ninguém, só quero um lugar para mim (sic) terminar os meus últimos anos de vida", desabafou o senhor.
Morador do primeiro barraco a ser demolido, Tales Eduardo lamentou a perda repentina do local onde residia com a família. "Agora não temos mais onde dormir, para onde ir. Não temos condições de alugar uma casa, a situação está difícil", destacou, complementando que gastou cerca de R$ 6 mil para erguer a construção edificada em tijolos.
O espaço de aproximadamente 10 mil metros quadrados, onde antes estavam situados os dois barracos, já havia sito loteado entre duzentos moradores. Para acompanhar a reintegração foram solicitadas as presenças da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Também estava presente ao local representantes da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), subseccional Mossoró, que aproveitaram a oportunidade para elaborarem uma lista com nomes dos moradores que não possuem residência fixa para ser entregue ao município.
Fonte: O Mossoroense
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