quinta-feira, março 08, 2012

Estado faz levantamento para saber onde estão os professores

Uma pesquisa que está sendo concluída pelas Secretarias Estaduais de Educação e de Administração vai identificar os professores da rede estadual de ensino ausentes da sala de aula. O governo quer saber quantos professores não estão lecionando porque ocupam outros cargos em escolas e órgãos da rede estadual de ensino e quantos estão de licença médica para tratamento de saúde. A pesquisa vai conhecer também o número exato de professores que estão distribuídos em outras secretarias e até aqueles casos em que não ocorre nenhuma dessas situações, mas há o recebimento do salário mesmo sem comparecimento à sala de aula.

O Estado possui aproximadamente 18.200 professores ativos que recebem mensalmente através da folha de pagamento da Secretaria da Administração (Searh). Ao fazer o cruzamento desse número com o cadastro dos professores que estão nas escolas, mas não obrigatoriamente em sala de aula, a pesquisa identificou 4.900 profissionais que não estão trabalhando em escola, sendo que 1.100 destes estão em atividade nos órgãos centrais de educação, como Diretorias Regionais (Direds) e coordenadorias do nível central.

A diferença desse confronto resulta em um total de 3.800 professores que, teoricamente, não foram encontrados, mas segundo o subsecretário de Recursos Humanos da Searh, Mário Sérgio Gurgel, não se pode informar que não está trabalhando. A explicação é que dentro desse último número existe ainda um percentual considerável de profissionais que estão de licença médica para tratamento de saúde. Mário Sérgio acredita que até a próxima quinta-feira, 15, a pesquisa será concluída e poderá divulgar os números finais. 

Ausência não é de agora

O problema do déficit de professores em sala de aula por conta de licenças médicas, desvio de função ou simplesmente abandono vem sendo denunciado pelo Diário de Natal há quase dois anos. Uma reportagem de julho de 2010 mostrava que os problemas de saúde têm sido um dos vilões do déficit de professores. Há dois anos, a licença para tratamento médico contribuía para o afastamento de pelo menos 932 profissionais, sendo 432 para tratamento e mais 500 para adequação de cargo por problemas de saúde. Mas o surpreendente é que havia uma boa parcela de professores licenciados que, ao invés de fazerem o tratamento médico, estavam trabalhando em escolas de outros municípios e até na rede particular.

Situação semelhante estava acontecendo com professores readaptados a outras funções, pois a readaptação também tem prazo que pode variar de 30 dias a dois anos, tendo o profissional no final desse período voltar à sala de aula. Normalmente os professores são readaptados em função de suporte pedagógico como biblioteca, laboratório, sala de vídeo, entre outras funções. 

Fonte: DN

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