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sábado, março 17, 2012

Dívida de produtores da região soma R$ 120 mil

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Pequenos produtores de laticínio de Mossoró e regiões circunvizinhas reclamam do não-pagamento pelo leite fornecido ao governo para o Programa do Leite. De acordo com os fornecedores, o problema referente à remuneração acontece rotineiramente e só neste primeiro trimestre do ano ela representa o montante de R$ 120 mil para 40 produtores da região. Eles alegam que entraram em contato com as autoridades competentes e não há previsão de quando esta pendência será resolvida. O programa foi criado para beneficiar cerca de três mil pequenos produtores do Estado, além de promover o incremento da atividade pecuária e a melhoria do rebanho e da produtividade da cadeia leiteira na região.
Segundo um dos responsáveis pelo fornecimento de leite para o programa, Jackson Kennedy, desde a criação do projeto na cidade que o pagamento aos fornecedores não é feito de maneira correta. "Não existe um prazo determinado para ser efetuada a remuneração. A princípio, esse valor deveria ser repassado a nós, fornecedores, quinzenalmente; no entanto, nos pagam com 60 dias, 90 dias, dessa vez chegando a 75 dias. A gente não sabe mais o que fazer, pois dependemos desse dinheiro para pagar nossas contas e manter o gado e não podemos mais contar com ele", afirma Jackson.
Kennedy arrecada diariamente de 40 produtores cerca de 2 mil litros de leite e os repassa para a usina coletora responsável pela entrega ao governo. A falta de pagamento a esses fornecedores em longo prazo acumulou uma dívida de R$ 120 mil. "O que está acontecendo é o descaso com os pecuaristas da região, pois o projeto foi criado para ajudar o homem do campo e não é isso que está acontecendo. Pois sem receber, a gente não tem como pagar a ração do gado, pagar nossas contas, e a única solução é vender as vacas e cabras, principal fonte de renda'', relatou o fornecedor.
A coordenadora do Programa do Leite em Mossoró, Josenilde Marques, diz que 12.856 famílias são beneficiadas na região e, de acordo com o recadastramento realizado ano passado, o número de famílias a serem beneficiadas pelo projeto deve aumentar, uma vez que foram registradas 20 mil famílias em estado de pobreza na cidade.
"A distribuição do leite na cidade é de extrema importância para a população, tendo em vista que ele ajuda crianças com desnutrição, idosos que precisam de uma quantidade de cálcio diária para evitar problemas de saúde, bem como auxiliar gestantes na criação de seus filhos. Desta forma, acredito que este problema envolvendo o programa deve se normalizar dentro de pouco tempo, para não trazer nenhum desgaste tanto para a população que precisa do benefício, quanto para o trabalhador do campo que tem no leite sua fonte de renda", ressaltou Josenilde.
Os representantes da Secretaria de Estado do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social (Sethas) e do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Norte (Emater) não foram encontrados pela equipe do jornal O Mossoroense para dar detalhes sobre quando será feito o pagamento dos fornecedores.

Fonte: O Mossoroense

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