Líderes da base aliada fizeram um acordo para retirar do texto da Lei Geral da Copa a possibilidade da venda de bebidas alcoólicas durante os jogos do mundial e da Copa das Confederações.
Segundo o relator do projeto, deputado Vicente Cândido (PT-SP), o recuo foi feito pois havia um "risco concreto de o governo sair derrotado". Como o Congresso vive um clima de tensão após a troca de seus principais líderes, o Palácio do Planalto não quer arcar com uma derrota desse porte agora.
Com isso, o texto que deve ser votado na semana que vem retoma proposta original enviado pelo governo, que suspendia o artigo do Estatuto do Torcedor, que diz que é uma condição de "acesso e permanência" nos estádios "não portar bebidas ou substâncias suscetíveis de gerar ou possibilitar a prática de atos de violência".
Pelo entendimento tanto de Vicente Cândido, quanto do líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), a nova redação abre a possibilidade de a Fifa negociar a venda das bebidas alcoólicas individualmente com cada Estado. Segundo eles, a possibilidade da propaganda das fabricantes nos estádios também permanece.
A Lei Geral da Copa havia sido aprovada na semana passada, em comissão especial da Câmara, com a possibilidade da comercialização de bebidas no mundial. O texto teve o aval do governo na época.
Chinaglia, porém, alega que o governo nunca fechou um compromisso com a Fifa sobre o assunto. Segundo ele, a venda das bebidas é uma reivindicação da Fifa, e o governo não "vai fazer disso uma bandeira sua".
Ele admite que a mudança pode gerar problemas com a entidade. "A Fifa vai achar ruim, mas acho que não vai ter uma atitude fora do razoável", disse.
Vicente Cândido disse que foi "induzido ao erro" ao colocar, em seu relatório, a permissão da venda de bebidas, e que agora cabe ao governo se entender com a Fifa.
O recuo agrada a bancada evángélica do Congresso, que tem potencial para causar uma derrota ao governo.
Após o acordo fechado entre os líderes da base, a votação da Lei Geral da Copa deve acontecer na semana que vem.
Fonte: Folha de São Paulo
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