O vereador e secretário da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Caeté, Jadson do Bonsucesso Rodrigues (PDT-MG), conhecido como “Pardal”, está suspenso das atividades políticas pela sigla por 90 dias - desde 26 de janeiro - depois de ter discriminado o organizador da Parada Gay na cidade, em 14 de novembro do ano passado. Segundo a vítima, Antônio Carlos Chagas, também organizador do evento em Caeté, o parlamentar fez gestos obscenos em praça pública para agredi-lo, em novembro do ano passado.
Antônio Carlos conta que essa foi a terceira provocação por parte do vereador, que anteriomente havia dito a ele para se tratar do "problema psicológico" - em referência à homossexualidade -, e ter comentado que, "se fosse prefeito na cidade, não permitiria que pessoas andassem peladas pelas ruas ou nadassem no rio nuas". Sentindo-se ofendido, o organizador da Parada Gay no município procurou a Câmara Municipal e o partido ao qual Pardal é filiado. "Achei 90 dias de suspensão pouco, mas ele deve mesmo desculpas a mim e a todos que presenciaram a cena dele balançando os órgãos genitais em plena praça durante o evento de novembro de 2011. Eu não vi, mas quando soube, me senti ofendido", conta Antônio Carlos.
Ele revela ainda estar sofrendo ameaças de morte anônimas pelo telefone. "Não sei se têm a ver com o vereador, mas a pessoa que liga diz que, se eu não parar com a palhaçada de movimento gay em Caeté, minha família vai ser toda metralhada", diz. "Já fiz duas ocorrências na Polícia Civil e acionei meu advogado", completa.
Para o PDT, a suspensão de três meses foi aplicada porque o Conselho de Ética da legenda entendeu que houve ato homofóbico contra a dignidade humana, em desrespeito do estatuto interno, além de quebra do decoro parlamentar, conforme nota divulgada pela assessoria de comunicação.
De acordo com o presidente do Movimento da Diversidade e Cidadania das Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros (MDCLGBT) do partido, Ramon Calixto, o vereador terá que se explicar na Câmara Municipal de Caeté nos próximos dias. "O nosso desejo era que o partido o expulsasse, mas já que isso não foi decidido, comemoramos que ele tenha que se retratar diante da mídia, dos colegas e da população", afirma Calixto. "A punição foi branda, simbólica, mas é significativa contra a homofobia em Minas e até talvez no país", acrescenta.
O Em.com tenta contato com o vereador Pardal, mas não obteve resposta até o momento.
Fonte: DN
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