O Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, foi palco de uma cena pouco comum na manhã desta sexta-feira (10). O funcionário da limpeza Davi dos Santos Pereira, 20 anos, encontrou uma nécessaire com R$ 24 mil na porta de acesso. Sem ver o conteúdo da bolsa, imediatamente encaminhou ao balcão da Infraero, de onde seria levada à delegacia para, depois, retornar às mãos do dono.
“Não mexi na bolsa. A ordem lá é: achou, leva até o balcão. Levei ao balcão da Infraero e o rapaz abriu. Quem contou dinheiro foi ele”, disse Pereira, em entrevista por telefone ao G1.
O dinheiro era do consultor empresarial Antônio Mallmann, de 66 anos. Ele havia desembarcado de Florianópolis e iria direto ao bairro Santana, na Zona Leste da capital gaúcha, onde quitaria uma dívida no valor exato que continha na bolsa. “Agradeci (a Pereira) imensamente. Deus estava dentro dele. Eu havia orado a Deus para que não me acontecesse este infortúnio em um momento tão difícil”, disse ao G1 o consultor.
Mallmann desembarcou em Porto Alegre por volta das 9h vindo de Florianópolis. “Tinha uma conta pra pagar e arrumei o dinheiro”, contou. Após chegar, foi à lanchonete do aeroporto para tomar um remédio. Em seguida, se dirigiu ao estacionamento, entrou no carro e partiu em direção ao local onde saldaria o valor.
Por volta das 9h40, Pereira encontrou a bolsa na porta de acesso do Salgado Filho, perto dos terminais de táxi. “Era uma nécessaire camuflada. Um homem deixou na área externa, como se fosse a calçada do aeroporto”, explicou o servente, que tratou de levar o objeto ao balcão da Infraero, para que fosse registrada ocorrência na Delegacia da Polícia Civil do aeroporto.
Após chegar ao local onde saldaria a dívida, Mallmann percebeu que estava sem o dinheiro. Imediatamente retornou ao Salgado Filho. Quando chegou, pouco depois das 10h, conta o consultor, a nécessaire havia sido localizada e, prontamente, foi devolvida.
Ao encontrar o servente, já com o dinheiro recuperado, Mallmann abraçou o jovem e, além de agradecer, lhe deu uma gratificação financeira. “Não dei mais porque não conseguiria pagar a conta”, destaca o consultor.
Davi toca banjo e cavaquinho, e fez parte do grupo de pagode Jeito Incomum, de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, por cerca de três anos. Parou devido aos muitos compromissos que tinha com família e trabalho, mas pretende voltar. "Estou montando outro grupo", conta.
Fonte: G1
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