Os dois jovens mortos durante uma operação da Polícia Militar, na tarde de segunda-feira passada, eram investigados direta ou indiretamente por crimes de homicídio e também por envolvimento com o tráfico de entorpecentes. Um era acusado de homicídio e o outro havia respondido por infrações cometidas enquanto era menor.
Conforme o delegado Francisco Edvan Queiroz, da Primeira Delegacia de Polícia Civil, Romário Alves Rodrigues, de 21 anos, era apontado como autor do homicídio que vitimou Antônio Fábio do Nascimento, morto no dia 3 de dezembro de 2011, na favela do Cachorro Assado (zona leste).
O delegado chegou a intimar o jovem para prestar esclarecimentos sobre o crime, mas ele não se apresentou e provavelmente seria indiciado pelo assassinato. Edvan não sabe precisar, mas disse acreditar que o jovem tivesse outros procedimentos no âmbito da Delegacia Especializada no Adolescente (DEA), que investiga as infrações cometidas por quem tem menos de 18 anos.
Ao ser questionado sobre Fagner Freitas Oliveira, 18 anos, o delegado também não mostrou certeza, mas revelou acreditar que ele também tivesse algum tipo de investigação contra si na DP do Adolescente. A suspeita é que o jovem estivesse ligado direta ou indiretamente a crimes de homicídio, cometidos por uma gangue de jovens que ele pertenceria, bem como o tráfico de drogas.
O DE FATO buscou também informações sobre o possível envolvimento dos dois com furtos ou roubos, como havia sido mencionado pela Polícia Militar no dia da operação, mas o delegado responsável pela unidade que investiga esse tipo de crime disse não se recordar dos dois. Luís Fernando falou que, a princípio, nenhum deles respondia procedimentos na Delegacia Especializada em Furtos e Roubos (DEFUR), mas frisou que pode haver inquéritos contra os dois. "Para afirmar com certeza é preciso fazer uma busca mais detalhada", destacou Fernando.
INVESTIGAÇÃO
O delegado Edvan Queiroz é responsável pela investigação que vai identificar as circunstâncias das mortes de Romário e Fagner, alvejados em um suposto confronto com policiais.
A PM apresentou à Polícia Civil dois revólveres calibre 38, apreendido com os suspeitos. As armas foram encaminhadas ontem para o Instituto Técnico-Científico de Polícia (ITEP) de Mossoró, onde serão periciadas. A intenção é descobrir se elas foram usadas em outros crimes praticados por ambos, como de Antônio Fábio, que Romário era o único acusado.
Edvan explica que a intenção dessa investigação é descobrir se houve um homicídio doloso por parte dos policiais, que é quando há vontade de matar, um homicídio culposo, quando não há intenção, ou se as mortes ocorreram no exercício da atividade policial, por exemplo. "São coisas que serão esclarecidas na investigação".
A OPERAÇÃO
Romário Alves Rodrigues, 21 anos, e Fagner Freitas Oliveira, 18, ambos residentes bairro Barrocas (zona norte), foram mortos no fim da tarde de segunda-feira, no bairro onde residiam. Segundo o tenente-coronel Francisco Alvibá Gomes, comandante do XII Batalhão de Polícia Militar de Mossoró, uma viatura foi enviada para conferir uma denúncia de tiroteio entre criminosos.
O primeiro encontro entre a dupla e a Polícia Militar foi no bairro Barrocas, onde teria ocorrido a primeira troca de tiros. Segundo Alvibá, os dois fugiram pelo rio em direção ao bairro Pintos (zona leste), quando foram surpreendidos.
Do outro lado do rio havia mais policiais, à espera. Houve um novo confronto, ainda segundo Alvibá, e os dois foram mortos. A dupla ainda foi levada para o Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), mas chegou à unidade já sem vida.
QUATRO MORTES
Só nesse mês, quatro pessoas suspeitas de envolvimento com o mundo do crime foram mortas em ações da Polícia Militar. A última operação dessa natureza havia ocorrido no dia 13 desse mês, no bairro Forno Velho (zona oeste). Eduardo Luciano da Silva e Diego Batista Dantas, ambos com 20 anos, foram baleados e morreram.
Segundo a versão divulgada na época pelos policiais militares que participaram da ocorrência, eles foram acionados para atender uma denúncia de furto. Foram ao local e não acharam ninguém. Retornaram e encontraram Eduardo, Diego e outro jovem em uma casa. Dos três, dois estavam armados.
Fonte: Defato
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