"Governo não sabe ao certo quantos presos fugiram de Alcaçuz", diz desembargador

Na manhã de ontem, durante inspeção emergencial, no Presídio Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, o corregedor-geral de justiça, desembargador Cláudio Santos, revelou que o governo não sabe ao certo quantos presos escaparam na fuga em massa, no último dia 19 de janeiro. Para o desembargador, o número de 41 detentos apresentados pelo Governo do Estado foi apenas para responder à pressão da imprensa.

Em matéria veiculada no portal "Nominuto", Cláudio Santos recusou inspecionar os demais pavilhões de Alcaçuz, em virtude da ingerência denunciada na unidade. "Já sei o que vou encontrar lá", disse. As declarações não surpreenderam o juiz da Vara de Execuções Penais, Henrique Baltazar, que também acompanhou a inspeção. "O Estado efetivamente não sabe quem está preso em Alcaçuz. Está sendo feito, agora, pela nova direção, um senso para saber quem está preso".

O magistrado foi mais além e criticou a desorganização de Alcaçuz, dizendo que o presídio não tem nenhum controle sobre o volume de presos. "Quando ocorre uma fuga na penitenciária e vão fazer uma chamada, descobre-se que oito fugiram, por exemplo, ninguém tem certeza absoluta que esses oito presos fugiram naquele dia. O Estado não tem o controle de quem está preso", enfatizou o magistrado. 

Medidas

O secretário estadual da Justiça e Cidadania, Fábio Hollanda, anunciou ontem, durante a inspeção emergencial, a contratação imediata de 57 agentes penitenciários, caso tivesse o amparo do Ministério Público e Judiciário, quanto a exceder os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal.

De pronto, o procurador geral de justiça, Manoel Onofre Neto, manifestou apoio à declaração de Hollanda. Para Onofre, não há ilegalidade na nomeação dos novos agentes penitenciários. "Já emiti parecer favorável e amanhã, quando o secretário retornar de viagem, firmaremos um TAC".

A vistoria foi tocada pelos membros do MP, Sejuc e da direção de Alcaçuz. A imprensa, convidada previamente por release, foi impedida de entrar.

Fonte: O Mossoroense