A estrutura arquitetônica mais antiga da capital potiguar, o Forte dos Reis Magos, passará por uma vistoria no dia 6 de março, onde serão constatadas se as adequações contidas no projeto de reforma, avaliada em R$ 250 mil, são viáveis e se serão cumpridas no pós-reforma. O Ministério Público Estadual marcou a visita ao Forte visando, também, apurar o descaso com o monumento, que é patrimônio histórico-cultural da cidade do Natal. Antes da ida do promotor de justiça João Batista Machado à fortaleza, a reportagem Diário de Natal passeou pelos muros do castelo e conversou com guias e turistas que visitavam o local.
Paredes com os rebocos expostos, tufos de iluminação com fios escarpados e plataformas de madeira para acesso deterioradas são apenas algumas mazelas constatadas pelos visitantes assim que chegam ao local. Para o publicitário paulistano Marcelo Freitas, que viajava em companhia da esposa e visitava o local, o monumento é lindo e guarda consigo muitas histórias quepoderiam ser mais bem aproveitadas nas exposições fixadas nas salas da estrutura.
"É encantador vê-lo por fora refletindo a luz do sol e passear por dentro revivendo tempos passados. O trabalho dos guias é muito bom, mas podia ser mais bem incrementado se existissem mais artigos visuais, como armas, roupas de soldados e outros artigos. Até mesmo encenações históricas com atores poderiam ser organizadas em alguns cenários da fortaleza", sugere o turista.
João Pedrosa, aposentado de 60 anos, mostrou-se preocupado com a segurança e acessibilidade do local. "Não há como passear sem se preocupar com os acessos. Se torna um pouco difícil caminhar se a plataforma quer derrubar você", brinca. "Mas a aula de história que nós recebemos dos guias turísticos é compensadora", completa.
Em 1965, ano em que o monumento passou a ser administrado pela Fundação José Augusto, foi realizada a última grande reforma do Forte dos Reis Magos. Com o passar dos anos, as telhas estão deterioradas, algumas quebradas, o que gera infiltrações e aumentam os riscos de curto-circuito nas instalações elétricas. Geraldo Camilo, guia turístico da fortaleza, diz que a limpeza e remoção de ervas daninhas do local é feita pelos próprios guias, que se intercalam para manter a beleza do monumento.
Canhões e portões enferrujados saltam aos olhos a sensação de descaso e abandono do local e são muitas vezes alvo de questionamentos por parte dos visitantes. "Tem sempre aquele turista mais curioso, ou especialista no assunto, que pergunta por que o estado de preservação da estrutura é tão precário. O que nós dizemos é que tudo irá ser reformado ainda esse semestre para recuperar o espaço e os materiais", confessa o guia Geraldo Camilo.
Coordenador aguarda liberação de verbas
De acordo com o coordenador geral de museus do Rio Grande do Norte, Hélio Oliveira, o projeto de reestruturação do Forte dos Reis Magos já foi aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan) e o estado só aguarda a liberação da verba concedida pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibran) - orçada em torno de R$ 250 conforme o projeto de reforma. O dinheiro foi prometido para meados de março de 2012, após a abertura do orçamento do órgão. "Assim que a verba for liberada nós iremos proceder à reforma. Até a confecção da placa que coibirá o acesso ao Forte só pode ser feita após a liberação da verba, uma vez que consta nos laudos dos gastos", explica Hélio Oliveira.
Ainda segundo Hélio, as principais mudanças serão expressadas na parte física do monumento, como telhas, paredes, iluminação e acessos, detalhes que precisam ser bem detalhados, uma vez que o prédio não pode sofrer alterações na sua estrutura física. A modernização do Forte é outro ponto que será trabalhado, com a disposiçãode gravadores acompanhados de fones, onde um roteiro será definido, com mapas, para locomoção no prédio sem a necessidade de guias turísticos.
"É importante a figura do guia, mas precisamos modernizar as nossas estruturas e a nossa recepção. É uma tendência mundial que precisa ser adotada para receber ainda melhor o turista, principal público do museu. Da mesma forma, a população natalense e estudantes poderão ter mais conforto com um espaço moderno", reforça. A expectativa de duração da obra é de 90 dias, quando o Forte estará fechado para visitação ao público.
Fonte: DN
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