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domingo, fevereiro 12, 2012

Aposentados, porém longe do descanso


O tão esperado dia da aposentadoria é almejado por muitos que sonham em largar a rotina de trabalho para desfrutar dos longos dias de descanso, sem as cobranças do chefe e as infinitas metas pra alcançar. Porém, é cada vez mais crescente a quantidade de trabalhadores que fogem dessa regra e estão abrindo mão do ócio para continuar na ativa.
Eles são trabalhadores que já atingiram todas as condições legais para se aposentar, mas, por diversos motivos, a rotina fala mais alto. Na grande maioria das vezes a curta idade em consonância com a grande produtividade são os maiores impulsionadores. É o caso de Dilma Soares Vale de Almeida, que há 28 anos compõe o quadro funcional da Caixa Econômica Federal de Mossoró e há dois anos já recebe o direito da Previdência Social e também da previdência privada da empresa, mas continua diariamente batendo o ponto na empresa e correndo pra atingir as metas.
"Adoro uma rede e gosto muito de ler. Tenho medo de parar de trabalhar e não saber o que fazer com o ócio", confessa ela que esse foi o principal fator na decisão de continuar na carreira. Junto a isso ela ainda acrescenta: "adoro o que faço e passei toda uma vida trabalhando na mesma empresa, então trabalho aqui porque realmente gosto da minha atividade".
O exemplo de Dilma Soares se repete em vários outros setores da Caixa e também em outras repartições. Eles são funcionários que ingressaram no mercado de trabalho muito jovem e a decisão de abandonar a produção chega justamente no auge da maturidade. Na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), por exemplo, a pró-reitoria de Recursos Humanos estima que quase 40 servidores já tenham adquirido a aposentadoria, mas pediram o direito à bonificação e continuam em pleno rendimento.
"Nós temos aqui caso de pessoas com pouco mais de 50 anos que já tem todas as garantias para se aposentar, mas que também se valeram do direito de poder continuar no trabalho", afirma a professora Joana D'Arc, pró-reitora de RH. Nesse caso, eles ganham um acréscimo de 40% no salário por continuarem. "Embora aposentado, a lei só os obriga a abandonar o cargo aos 70 anos, com a aposentadoria compulsória".
O incremento na renda salarial também é um dos motivos pela permanência. Com a aposentadoria, existe uma tendência a uma queda nos rendimentos. Dilma Soares, porém, confessa que o salário não foi o fator decisivo, mas aproveita a oportunidade para se preparar. "Não incluí a aposentadoria na minha renda mensal. Faço uma poupança e esse dinheiro é como se eu não estivesse, é uma forma de me preparar para quando sair da empresa".

Fonte: Defato

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