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domingo, janeiro 29, 2012

Um veículo é roubado a cada 3h no RN

O ano de 2012 começa com um alerta para a segurança pública no que diz respeito ao roubo de veículos, no Rio Grande do Norte. Levantamento feito pela Delegacia Especializada na Defesa e na Propriedade do Veículo (DEPROV), sediada em Natal, mostra que oito veículos são furtados ou roubados por dia. Nos 17 primeiros dias do ano, 146 carros foram subtraídos na capital e no interior. Se essa média for mantida, quase três mil veículos terão sido levados pelos criminosos no Estado.
Os números incluem os furtos, que é quando se leva sem o uso da força (chamado descuido) e os assaltos, que é quando os bandidos utilizam a violência para subtrair o bem alheio.
Os dados da pesquisa divulgada neste mês pela Deprov, delegacia responsável pelo combate aos assaltos em Natal e região metropolitana, são referentes aos dezessete primeiros dias de 2012, alertando para a necessidade de se fazer um trabalho preventivo para evitar que os números se mantenham (podem aumentar).
No RN, os furtos e roubos de veículos são investigados por duas delegacias diferentes. A Deprov, de Natal, investiga os crimes ocorridos na capital e região Metropolitana. No interior, a responsabilidade de investigar esse tipo de infração é da Delegacia Especializada em Furtos e Roubos (DEFUR).
As duas delegacias têm a atribuição de investigar os furtos e roubos de veículos nos 167 municípios norte-rio-grandense, no entanto, a estrutura de ambas é extremamente deficiente. As duas unidades trabalham com poucos policiais, escrivães e delegados. As duas deveriam duplicar sua estrutura humana, no mínimo.
Há cerca de 10 dias, o delegado Demontiê Falcão, da Deprov, declarou em uma entrevista à Tribuna do Norte que não tem condições de investigar todos os crimes que são atribuídos à sua delegacia devido à falta de estrutura necessária.
Em Mossoró, a Defur tem uma estrutura relativamente boa, se comparado com as outras delegacias, que sobrevivem com poucos policiais e carros. No entanto, essa condição fica muito aquém do que seria o mínimo para atuar no combate aos furtos e assaltos, onde está inclusa a subtração de veículos.
A boa notícia diante dessa problemática é que aproximadamente 50% dos veículos furtados ou roubados no Rio Grande do Norte é recuperada, geralmente pela Polícia Militar durante as barreiras policiais.
O percentual de carros subtraídos e recuperados tem se mantido praticamente no mesmo patamar ao longo dos últimos anos. Uma pesquisa feita pelo DE FATO em 2008 mostrava números parecidos.
No Rio Grande do Norte, mais de 1200 veículos haviam sido furtados ou roubados durante o primeiro semestre daquela ano e quase 700 foram recuperados pelos policiais.
A média, na época, era de sete carros levados por dia, o que equivale a um furto ou roubo a cada três horas e meia.
Nos últimos anos essa média de veículos furtados ou roubados por dia no Rio Grande do Norte tem oscilado, mas mantém-se no mesmo patamar. Em 2009, por exemplo, eram dez por dia, conforme dados da Deprov de Natal.

Crimes são cometidos sob encomenda
As quadrilhas que furtam ou roubam motocicletas e carros agem praticamente da mesma maneira. Esses criminosos agem a pedido dos atravessadores, que fazem a encomenda e o intermédio entre o que subtrai e quem receberá.
O ladrão recebe a encomenda e apenas a executa. O método de agir nos dois tipos de quadrilhas é idêntico. São estruturas iguais. Os bandidos roubam, adulteram e passam para os atravessadores, que se encarregam de despachar o veículo como se fosse "legal".
Pesquisas feitas recentemente no Brasil mostram que os carros mais procurados são o Fiat Uno e o Wolksvagem Gol. Aparecem também veículos mais antigos, cujas peças não são encontradas no mercado. Nesse caso, os bandidos pegam esses carros para desmanchar e vender peças separadamente.
Na lista, surgem ainda outros (também populares) como o GM Kadett e o WV Santana. "Eles são desmanchados (as peças são retiradas para serem comercializadas), mas quando são mais novos, são vendidos no interior", explica Claiton, ressaltando que o Alto Oeste Potiguar é uma das regiões mais procuradas neste tipo de ação criminosa. "Os bandidos fazem o dublê do veículo e repõem no Alto Oeste", conta a autoridade policial civil.
Apesar de parecer um negócio altamente rendoso, os ladrões não levam muito dentro deste ramo criminoso, segundo apurou o JORNAL DE FATO junto a um investigador antigo da Polícia Civil em Mossoró, que pediu o anonimato.
Quando uma motocicleta é entregue para o despachante, o ladrão recebe entre R$ 300 e 500. A moto é adulterada e revendida a preço de mercado, em alguns casos. No caso dos carros populares, os ladrões podem receber até R$ 2 mil (depende do modelo exigido).

Fonte: Defto

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