O corpo de uma mulher foi encontrado às 2h57 desta sexta-feira durante a escavação dos escombros dos prédios que desabaram nesta quarta-feira (25) no centro do Rio de Janeiro. É o sexto corpo a ser retirado. O número de desaparecidos agora é de 20, segundo a prefeitura.
Às 23h desta quinta-feira, outro corpo de mulher havia sido encontrado.
As buscas estão sendo realizadas nesta madrugada pelos bombeiros, com a ajuda de cães farejadores.
Estão envolvidos diretamente 80 profissionais da prefeitura e 60 homens do Corpo de Bombeiros que se revezam em turno no local. Ao todo, porém, 350 pessoas estão engajadas nos trabalhos.
Já foram removidos 17 mil toneladas de material --cerca de um quarto do total, pelos cálculos da Defesa Civil.
As informações sobre os desaparecidos estão sendo reunidas pela prefeitura em um posto instalado na Câmara Municipal, na Cinelândia, próxima do local do desabamento. No local, famílias de desaparecidos buscam informações.
Entre os mortos já levados ao IML (Instituto Médico Legal) e identificados estão o porteiro Cornélio Ribeiro Lopes, 73; Celso Renato Braga Cabral, 44; e o catador de papelão Moises Moraes da Silva (idade não revelada). As duas mulheres encontradas nos escombros ainda não foram identificadas.
DESABAMENTO
Os três prédios localizados ao lado do Theatro Municipal desabaram por volta das 20h30. O teatro não foi atingido, mas seu anexo, onde funciona a bilheteria, sofreu danos por causa dos escombros.
Paulo Alvadia/Ag. O Dia | |
O ajudante de obras Alexandro Fonseca, 31, abraça a família após deixar o hospital Souza Aguiar, no Rio |
Devido ao trabalhos no local do desabamento, a avenida Treze de Maio (onde ocorreu os desabamento) permanece interditada nesta quinta-feira. A avenida Almirante Barroso também foi bloqueada entre a rua Senador Dantas e a avenida Rio Branco. Já Senador Dantas funciona com mão invertida entre a Almirante Barroso e a rua Evaristo da Veiga.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), afirmou na manhã de hoje que os indícios apontam que é improvável que o desabamento dos três prédios tenham sido causado por uma explosão. A principal hipótese até o momento aponta para problema na estrutura de um dos prédios.
"Provavelmente, houve uma falha estrutural do prédio maior --de 18 andares-- que levou ao desabamento dos outros dois prédios menores --de dez e quatro andares", afirmou o prefeito. Ele acrescentou ainda que a resposta definitiva sobre as causas do desabamento será dada pela perícia.
Juca Varella/Folhapress | |
Theatro Municipal do Rio fica coberto de poeira após desabamento de três prédios na noite de quarta-feira |
Segundo o Crea (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura) do Rio, não havia qualquer registro da obra que estava sendo realizada em dois andares de um dos prédios que desabou. De acordo com relatos de testemunhas, havia obras nos 3º e 9º andares do prédio.
A prefeitura informou que os três prédios estavam em situação regular e possuíam Habite-se --documento emitido pelo município.
Os prédios da região foram interditados. De acordo com os bombeiros, eles não foram comprometidos, mas foram evacuados por precaução. O prédio do Liceu Literário Português é um dos que foram esvaziados.
RESGATE
Ontem, pessoas que estavam em um edifício próximo usaram a luz de seus telefones celulares para chamar a atenção dos bombeiros e buscar socorro. Com as escadas cheias de escombros, não havia como sair. Um grupo de 30 pessoas foi resgatado.
Beth Santos/Divulgação PCRJ | |
Bombeiros fazem buscas por vítimas em escombros após desabamento de prédios no Rio, ao menos cinco morreram |
Às 21h30 houve um princípio de incêndio. De acordo com bombeiros, havia forte cheiro de gás no local. Jornalistas e curiosos foram afastados. Um cordão de isolamento mantinha todos a cerca de um quarteirão do local do desabamento.
Fiscais da CEG (companhia de gás do Rio) foram chamados para fechar as tubulações de gás, por medida de segurança. A empresa informou que não havia registro de reclamações de vazamento de gás no prédio, nem vistoria agendada. A Light desligou o fornecimento de energia nos arredores para evitar incêndios.
Fonte: Folha de São Paulo
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