Seis pessoas foram presas em menos de 24 horas, em Mossoró, acusadas de assaltos. O grupo foi preso em três operações diferentes, todas realizadas por policiais militares. Entre as prisões, a mais inusitada foi de uma dupla de jovens que assaltou um policial militar que estava de folga e acabou sendo surpreendida. As prisões aconteceram nas zonas sul, norte e leste (duas em cada). Quatro armas apreendidas em poder dos suspeitos foram retiradas de circulação nesse intervalo.
A última delas aconteceu nos primeiros minutos da madrugada de ontem, no bairro Alto de São Manoel (zona leste). Policiais militares da região foram acionados após um assalto que vitimou mãe e filha. As viaturas da área passaram a fazer diligências à procura de um casal em uma motocicleta tipo Honda Pop de cor amarela. Depois de alguns minutos, eles conseguiram localizar o veículo nas imediações do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). A moto era conduzida pela pernambucana Ana Maria da Silva, de 19 anos. Na garupa, um jovem de 16.
Segundo os policiais militares que fizeram a prisão, ela era a condutora da moto nos assaltos (o casal é apontado como autor de outros assaltos praticados naquela região da cidade) e o menor era responsável pela execução do assalto. Ambos foram reconhecidos pelas vítimas e foram autuados em flagrante. O jovem foi encaminhado para o Centro Integrado de Apoio ao Adolescente Acusado de Ato Infracional (CIAD), onde ele deve permanecer até decisão judicial, enquanto a pernambucana foi encaminhada para o Centro de Detenção Provisória Feminino, onde ficará à disposição da Justiça.
Na noite de terça-feira, uma outra viatura da Polícia Militar prendeu dois jovens portando uma arma de fogo, no conjunto Ouro Negro (zona norte). A dupla estava em uma motocicleta tipo Honda Pop de cor vermelha e foi descoberta em uma abordagem de rotina. Edson Rafael da Silva, 19 anos, conhecido como "Caboco", estava acompanhado de um adolescente de 16 anos, armados com um revólver calibre 38. Os jovens foram encaminhados à Delegacia de Plantão e serão investigados pela Polícia Civil. A suspeita da PM é que eles estariam planejando um assalto ou até mesmo um homicídio, antes de serem pegos.
A prisão mais inusitada aconteceu no início da noite da terça-feira, no bairro Boa Vista (zona sul). Augusto Gomes Filgueira, 19, e Thiago Marcio de Souza, 24, resolveram roubar um carro em um bar. Eles abordaram o homem, renderam-no e tomaram-lhe as chaves do carro, um Gol. A dupla não conseguiu ligar o veículo e desistiu, mas foi pega de surpresa. O proprietário do carro era um policial militar, que esperou a dupla se afastar para sacar sua arma e atirar. Os bandidos revidaram e equipes da Polícia Militar foram acionadas para ajudar na busca, que percorreu as ruas do bairro.
Na troca de tiros, um morador do bairro teria sido alvejado, segundo apurou o JORNAL DE FATO, mas o comandante do Segundo Batalhão de Polícia Militar de Mossoró, tenente-coronel Túlio César, afirmou ontem à tarde desconhecer esse fato. Ele confirmou que os policiais e bandidos trocaram tiros, mas ninguém foi baleado. Os suspeitos estavam em poder de dois revólveres calibres 32 e 38. Thiago, o mais velho, já havia cumprido pena em regime fechado no Complexo Penal Agrícola Doutor Mário Negócio. Ainda não se sabe se o tiro "acidental" partiu da PM ou da dupla.
Oficial ressalta prisões e cobra maior fiscalização
O tenente-coronel Túlio César é comandante do Segundo Batalhão de Polícia Militar de Mossoró, responsável por parte do policiamento em Mossoró e cidades vizinhas. Ele ressalta a importância das ações realizadas na noite de terça para quarta-feira, onde três armas foram apreendidas e seis suspeitos presos, mas lembra que é preciso evitar que as armas cheguem aos bandidos.
O oficial militar lembra que o trabalho da Polícia Militar, retirando armas das ruas, aos poucos, é apenas uma parte do trabalho preventivo. Túlio destaca que é importante que as outras instituições desempenhem seu papel, evitando que essas armas cheguem aos criminosos.
Quando a Polícia retira essas armas das ruas, de uma em uma, e dezenas de outras são recolocadas no mercado, acontece o que é popularmente conhecido como "enxugar gelo".
"É importante esse tipo de trabalho porque a arma de fogo tem um alto potencial destrutivo. Quando não mata, deixa sequelas", ressalta o oficial.
"Por mais que a gente retire armas de circulação, a facilidade é muito grande devido à localização geográfica e a grande quantidade de veículos que passam por aqui de outros estados. Temos rodovias que dão acesso a várias regiões do Brasil. Temos muitas formas de chegar armas aqui, principalmente por terra", reclama.
No ano passado, quase 50 armas foram furtadas do prédio do Instituto Técnico-Científico de Polícia (ITEP). Era praticamente a mesma quantidade de armas que haviam sido apreendidas pela Polícia Militar em Mossoró nos seis primeiros meses daquele ano.
Fonte: Defato
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