Páginas

sexta-feira, janeiro 27, 2012

Comércio eletrônico tem gerado mais reclamações no Procon

A costumado a comprar pela internet, Wallace Medeiros de Moura conhece bem as precauções que devem ser tomadas ao adquirir produtos pela rede mundial de computadores. Mesmo com os cuidados, o empresário, que por coincidência trabalha no ramo da informática, já teve alguns problemas no comércio eletrônico. Em uma das situações foi bem atendido e ressarcido, porém em julho do ano passado, um tablet comprado a preço promocional virou uma dor de cabeça que dura até hoje. O produto não chegou nem o ressarcimento foi pago. O fornecedor é o Groupon, um gigante no segmento de compras coletivas. O caso foi parar no Procon estadual.

Assim como ocorre no comércio presencial, o "boom" do chamado e-commerce trouxe praticidade e facilidade, porém também veio com os eventuais problemas possíveis em transações comerciais. Com um agravante: o fornecedor é virtual. A coordenadoria de Operações e Normas do Procon/RN contabiliza 72 reclamações referentes a compras de produtos na internet, porém a coordenadora do setor, Erotides Dantas, explica que o número com certeza é maior. É que o sistema de dados utilizado pelo órgão não mensura quantas queixas de cada setor estão relacionadas com a rede mundial de computadores. "Não temos como separar, por exemplo, quantas reclamações do setor de saúde e estética estão relacionadas à internet", reforça Erotides.

O número de queixas sobre produtos comprados on-line até caiu em relação a 2010, quando foram registradas 98 ocorrências. O número porém preocupa o coordenador geral do Procon/RN, Araken Farias. "Acontece, sobretudo, nas compras em grandes promoções", revela. Em uma dessas, Wallace Medeiros acabou prejudicado. "Deram um prazo de 60 dias e não chegou [o produto]. Eles alegaram que a empresa importadora teve problemas na alfândega. Foram dados mais 60 dias e nada", relata.

O empresário recorreu ao Procon/RN e recebeu a promessa do site de que seria ressarcido. "Enviei os dados para depósito e até hoje o dinheiro não entrou na conta", afirma. A compra custou R$ 300 a Wallace, que pensa em entrar na Justiça para solucionar a pendência. Na última quarta-feira, o Tribunal de Justiça do RN (TJRN), condenou o site de compras coletivas Clube do Desconto Comércio Eletrônico Ltda pela não entrega de um produto. De acordo com o TJRN, o cliente comprou uma babá eletrônica pelo site em junho do ano passado e ainda não havia recebido o aparelho. O tribunal deu 15 dias para que o site entregue o produto, sob a pena de multa diária de R$ 100.

Das ocorrências relacionadas a compras de produtos pela internet, a coordenadoria de Operações e Normas mostra que a cobrança indevida liderou o ranking de queixas nos últimos dois anos. "Pode ser a fatura que vem mesmo com o pagamento quitado ou uma cobrança que não corresponde ao valor do produto", cita a coordenadora do setor, Erotides Dantas. Venda enganosa, não entrega, e problemas referentes a cancelamento, contratação e garantia de produtos também estão na lista do Procon/RN.

Sites de compras coletivas são alvo do Procon/RN

Os grandes descontos vendidos pelos sites de compras coletivas têm aparecido entre as reclamações. O segmento se destacou em meio ao crescimento do comércio eletrônico em 2011, e virou febre no país. Além da condenação do Clube do Desconto na última quinta-feira, o Groupon, líder no setor do Brasil e um dos maiores do mundo, tem gerado preocupação. A crescente demanda e a falta de comprometimento da empresa motivou a elaboração de um relatório por parte de Araken Farias. De acordo com o coordenador geral do Procon/RN, o documento será enviado ao Ministério Público sugerindo a suspensão do funcionamento do site para o RN.

As principais queixas relacionadas a compras coletivas, como é o caso, dizem respeito ao tratamento diferenciado com quem adquire determinado produto ou serviço através do segmento. Araken Farias cita um exemplo hipotético. "Você compra um pacote de três dias em Pipa e não consegue hospedagem no fim de semana, pois informam que não há vagas. Você liga como um cliente normal e vê que tem apartamento vago", observa o coordenador geral do Procon/RN, que ressalta ainda a dificuldade para notificar os infratores, já que em alguns casos o reclamante não tem endereço físico nem contato telefônico do sites.

Compra segura

- Anote os dados da empresa como endereço e telefone de contato.

- Faça uma pesquisa sobre a empresa. Veja por exemplo, se existem reclamações a respeito dos serviços prestados.

- Se possível telefone para a empresa e colha informações sobre

entrega.

- Confira as garantidas dadas pelos sites para não ter surpresas após a compra.

- Procure evitar o cartão de crédito e opte pelo boleto bancário, evitando fornecer os dados via internet.

- Desconfie de ofertas muito boas.

- Tenha sempre um bom antivírus para evitar problemas. 

Fonte: DN

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!