O Ministério Público Federal no Ceará ajuizou mais uma ação contra o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), pedindo dessa vez que os critérios de correção sejam explicados pelo Inep (instituto do Ministério da Educação responsável pela prova).
O procurador Oscar Costa Filho, autor da ação, é o mesmo que tentou anular o exame em todo o país em novembro. No documento, ele critica a "falta de transparência" do Inep.
O procurador disse à Folha que recebeu vários e-mails com reclamações de candidatos, que não entendem os métodos de pontuação da TRI (Teoria de Resposta ao Item) --na qual o exame se baseia-- e apontam incongruências entre o número de acertos e as notas.
Os resultados do Enem foram divulgados no dia 21. Um site (enemurgente.com) e uma comunidade no Facebook já reúnem críticas ao método.
Segundo o procurador, o edital da prova não explica a metodologia, o que abre espaço para "arbitrariedades" na seleção das 95 instituições que se basearão na nota.
Ele disse que o Inep precisa esclarecer quais são as questões consideradas fáceis, médias e difíceis, para que os candidatos saibam como confirmar se a nota divulgada é real.
Caso a Justiça Federal conceda liminar favorável, a explicação poderá ser feita genericamente em nota oficial na internet, segundo Costa Filho.
O Ministério da Educação e o Inep declararam que só vão se pronunciar na Justiça.
METODOLOGIA
Na TRI, as questões não têm o mesmo peso e o número total de acertos conta pouco na prova.
As questões são divididas em fáceis, médias e difíceis, e o desempenho do candidato é variável: se acertou apenas as fáceis e difíceis a nota cai, pois há indício de que ele "chutou".
Fonte: Folha de São Paulo
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