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domingo, dezembro 18, 2011

Dificuldades travam avanço de apuração

Passados mais de dois meses após a morte do garçom João Batista Fortes de Sá, que tinha 21 anos e morreu durante uma operação policial enquanto trabalhava numa pizzaria, a Polícia Civil ainda não tem uma conclusão sobre o que realmente aconteceu. Os policiais militares que participaram da operação disseram que o garçom foi baleado pelo assaltante, que também acabou morto. Entretanto, uma outra versão aponta que os militares teriam confundido a vítima com um dos assaltantes, matando-a.
Um crime, normalmente, deve ser investigado dentro de 30 dias. Durante esse período, a autoridade policial tem a obrigação de ouvir testemunhas, colher provas e fazer outros levantamentos para, enfim, decidir se indicia ou não um suspeito ou mais por aquele crime. O caso está sob a responsabilidade do delegado Roberto Moura, que assumiu o inquérito em andamento. Antes dele, os primeiros trabalhos foram feitos pela delegada Cristiane Magalhães. Roberto enfrenta problemas estruturais e diz estar se inteirando do caso para tomar novas providências, enquanto aguarda pela perícia.
A falta de estrutura da Polícia Civil no interior e os problemas existentes no Instituto Técnico-Científico de Polícia (ITEP) do Rio Grande do Norte, que passou recentemente por uma greve, emperraram o andamento das investigações. Na Segunda Delegacia de Polícia Civil, pela qual o crime é investigado, existem outros casos também de natureza grave e que tiveram uma certa pressão para serem elucidados, como foi a morte do empresário Genildo Figueiredo de Sá. Esse crime está praticamente esclarecido, enquanto a investigação da morte do garçom continua praticamente sem avanço.
Os exames periciais são peças fundamentais para a investigação ser concluída. Algumas pessoas prestaram depoimento, mas a perícia técnica é que poderá esclarecer definitivamente o que aconteceu na noite do dia 9 de outubro na pizzaria Uhuu, situada no bairro Abolição III (zona oeste). A primeira dúvida é com relação ao calibre da arma responsável pela morte do garçom. Se for uma pistola P40, por exemplo, a versão dos militares é totalmente descartada. A arma apreendida com o assaltante, depois morto, é um revólver de calibre 38. Os policiais militares tinham pistolas de calibre P40 e revólveres de calibre 38.
A perícia poderá mostrar ainda, através de exames, de onde partiu o disparo que vitimou o garçom. São duas trajetórias completamente diferentes para as versões existentes. Segundo apurou o JORNAL DE FATO (não confirmado pela Polícia Civil), esse exame já teria sido anexado ao inquérito policial, mostrando que os disparos partiram da parte exterior da pizzaria. Ou seja, significa dizer que os policiais teriam realmente atirado contra o garçom. Questionado sobre essa versão, o delegado Roberto Moura preferiu não se manifestar, alegando que precisa analisar toda a investigação, detalhadamente.

Fonte: Defato

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