A gripe suína, nome popular dado à Influenza A, subtipo H1N1, não desapareceu do Rio Grande do Norte. Foi o que disse ontem a subcoordenadora de vigilância epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde Pública (SESAP), Juliana Araújo. Para ela, o reaparecimento da doença com a confirmação de onze casos e 70 notificações em menos de uma semana na cidade de Pedra Branca, no Ceará, não é surpresa. A cidade fica localizada na região Central do Estado, distante 262 Km de Fortaleza e 355 km de Mossoró
Segundo a bióloga sanitária, ao invés de desaparecer, a H1N1 se tornou sazonal, porém perdeu sua virulência. "Do mesmo jeito do Ceará, o RN não está livre da doença, só que ela está com menos intensidade", afirmou, explicando que "não há necessidade de alarme".
Juliana disse ainda ter conversado com o secretário de Saúde do Ceará, Helvécio Miranda Magalhães, e ele esclareceu que, mesmo com o registro da doença, não existe nenhum caso considerado grave. A subcoordenadora de vigilância conta que o risco é nacional, mas a situação está sob controle porque, com a imunização, o vírus perdeu a agressividade. "O Ministério da Saúde orientou que todos os estados realizassem coleta de sangue nas pessoas que apresentassem sintomas gripais e foi por isso que o problema foi detectado no Ceará", completa.
O próprio secretário de Saúde do Ceará informou que se trata apenas de um surto e que as atividades na cidade não devem ser suspensas. Em uma única instituição de ensino do município de pouco mais de 41 mil habitantes, 50 pessoas foram infectadas. O contato de um professor com uma pessoa doente do Sudeste pode ter sido a causa da contaminação.
Segundo Juliana Araújo, a vacinação de todos os grupos vulneráveis (idosos, crianças, gestantes e servidores da saúde) foi uma forma de prevenção que surtiu efeito. Ao todo, 300 mil doses foram distribuídas durante o período de alerta. "Em 2011, as pessoas que se vacinaram contra a gripe comum, automaticamente receberam a imunização contra a gripe A", garantiu.
O ressurgimento da gripe suína no RN, que estava livre há quase 30 anos, atingiu mais de 1000 pessoas e deixou 19 óbitos.
Cuidado
A subsecretária de Saúde do Estado, Dorinha Bulamarqui, concorda que o reaparecimento da gripe A não é motivo para alarme, mas é preciso investigar o que está acontecendo. "Os setores da Saúde estão procurando ver o que está acontecendo, pelo menos para que haja a prevenção necessária", disse.
Segundo Dorinha, pelo estado ficar na fronteira com o Ceará, numa distância de menos de 400 quilômetros do local do surto, merece uma atenção especial, sobretudo pela circulação de pessoas. "Contudo, o Estado está preparado, pelo menos na parte técnica", conclui.
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