Em Patos de Minas, no Alto Paranaíba, uma dona de casa resolveu se casar com o companheiro com quem vive há 16 anos, mas não pode por causa de um erro no registro de nascimento. No documento consta que ela é do sexo masculino.
A dona de casa Regimar Linhares da Silva diz que fica constrangida quando tem que falar o nome. “Quando alguém pergunta o meu nome tenho que repetir várias vezes e até soletrar, porque as pessoas não entendem”, disse.
Mas o sofrimento vai além. Regimar Linhares contou que já perguntam se ela é o 'senhor Regimar' ou 'quem é o homem da casa'. “Falam que meu marido casou com outro homem. Para os meus filhos falam que a mãe deles é um gay”, desabafou.
A dona de casa foi registrada em um cartório de Anápolis, no estado de Goiás. Contudo, na certidão de nascimento consta que ela é do sexo masculino. A mãe dela foi a passeio para Anápolis e voltou quando a dona de casa estava com dois anos e a registrou. “Minha mãe me levou de vestidinho vermelho, laçinho na cabeça, tudo bonitinho para registrar. Só que eles registraram do sexo masculino. Por quê?”, questionou.
Um erro que ela só descobriu quando decidiu se casar e foi impedida. Apesar de Regimar Linhares ter tido seis filhos com o marido com quem vive há 16 anos, ela procurou o cartório em Anápolis para fazer a retificação administrativa, mas eles não fizeram porque, segundo ela, alegaram que só fariam com autorização judicial.
Na tentativa de conseguir alterar a certidão de nascimento, a dona de casa procurou um advogado para entrar com uma ação de retificação do registro civil. Precisou também realizar vários exames que comprovem que ela é realmente mulher. “Além do constrangimento, se a retificação não for feita ela terá outros prejuízos”, explicou o advogado Alexandre Máximo de Oliveira.
Fonte: G1
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