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sábado, novembro 26, 2011

Justiça nega habeas corpus a empresário detido na Sinal Fechado

O desembargador Virgílio Macedo Júnior negou neste sábado pedido de habeas corpus impetrado pelos advogados do empresário José Gilmar de Carvalho Lopes, conhecido como Gilmar da Montana, acusado de integrar esquema de corrupção no Detran. A decisão saiu por volta das 18h. Gilmar é um dos investigados na Operação Sinal Fechado, desencadeada pelo Ministério Público Estadual no meio desta semana. 

O empresário, dono da construtora Montana, está internado no Hospital do Coração, para onde foi levado após apresentar dores abdominais. Boletim médico divulgado neste sábado pelo hospital afirma que ele deverá ser liberado em breve. Ainda neste sábado, Gilmar destinou nota à sociedade negando sua participação no suposto esquema de fraudes envolvendo a inspeção veicular. 

Na nota, Gilmar destaca que o seu relacionamento com a Inspar se deu exclusivamente no âmbito comercial, já que a sua empresa, a construtora Montana, foi contratada para construir os prédios onde funcionaria  as unidades de inspeção veicular. José Gilmar diz ainda que o Ministério Público Estadual, embora seja uma instituição que presta um valoroso serviço à sociedade, no seu caso específico, já o condenou muito antes de ser submetido a um julgamento.

O empresário destaca que não há nenhuma prova consistente de sua participação em qualquer ato de corrupção ativa ou passiva, e diz que o seu  nome  está sendo exposto e envolvido em um mar de lama, com base apenas em suposições e ilações geradas a partir de trechos de áudio de conversas entrecortadas, obtidas através de escutas telefônicas.

Confira nota do empresário abaixo:

Do leito hospitalar onde me encontro, assisto com revolta, indignação e tristeza o meu nome ser jogado numa vala comum entre supostos corruptos e corruptores. Sempre pautei a minha vida pessoal e profissional sob os alicerces do trabalho, da família, do respeito e da honestidade. Não posso, portanto, ficar calado diante das acusações sem provas que fazem contra a minha pessoa. Desde o primeiro momento em que o meu nome foi envolvido nesse assunto, sempre procurei ser claro, positivo e transparente nos questionamentos que me foram feitos, até como forma de poder dar ao MPE a oportunidade e as condições de separar o joio do trigo.

È preciso que se diga que o meu relacionamento com o grupo Inspar se deu tão somente no âmbito comercial. Sou construtor e a minha construtora – como poderia ter sido qualquer uma do nosso estado – foi a escolhida para erguer os prédios onde funcionaria as bases de prestação de serviço de inspeção veicular.

Trabalhei, investi, fiz obras pelas quais não recebi um único centavo. Fiquei no mais completo e absoluto prejuízo. Tive a minha casa e escritório devassados, fui preso e hospitalizado, me vejo condenado sem julgamento, com o meu nome negativamente exposto perante a sociedade, envolto em um ‘mar de lama’. No entanto, os meus acusadores não apresentam – e não vão apresentar porque não existe – uma única prova, cabal, consistente e fulminante, que indique que eu me beneficiei de dinheiro público, que recebi ou ofereci propinas, que fui corrompido ou que sou agente corruptor.

Mesmo sem ser protagonista de qualquer ato de corrupção passiva ou ativa, estou com meus bens seqüestrados, impossibilitado de movimentar os meus negócios. A decisão judicial que me veta o direito de exercer a minha vida empresarial, penaliza também 180 famílias de operários e trabalhadores sérios e honestos, privados agora de receber seus vencimentos e vantagens como o 13º salário.

Continuo preso, sofrendo de uma privação de liberdade temporária, cuja legalidade é questionável, pois o Ministério Público já colheu os objetos que julgou necessário para subsidiar a ação investigativa.

Confio na Justiça do meu estado e desafio a quem quer que seja que apresente as provas dos crimes que me acusam, ou me esqueçam. Não posso continuar a ser usado como ‘bode’ expiatório de um espetáculo midiático do qual eu sou vitima e não réu.

Reafirmo a minha inocência e enfatizo que em nenhum momento cometi qualquer ilicitude, nem atos que possam envergonhar a minha família, meus amigos, parceiros comerciais, colaboradores e a sociedade potiguar como um todo. 

Fonte: DN

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