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domingo, novembro 20, 2011

Especialistas em arrombamentos de caixas eletrônicos são importados do Sudeste

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Investigações realizadas pela Divisão de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor) apontam que os especialistas em arrombamentos de caixas eletrônicos, com o uso de maçaricos, que estão atuando com muita frequência no Rio Grande do Norte, estão sendo importados da região Sudeste, a maioria de Santa Catarina. A conclusão foi tirada depois que três homens conhecidos como "Caixeiros", procedentes da cidade de Joinville (SC), vinham constantemente a Natal para coordenarem grandes roubos a bancos e treinar outros criminosos.
A delegada Sheila Freitas, titular da Deicor, conseguiu identificar um dos especialistas como sendo Antonio Carlos Marcelino, que domina a técnica de usar o maçarico para abrir as máquinas sem que as notas sejam extraviadas. "Não é tarefa fácil, que qualquer um pode fazer. É preciso conhecimento técnico para evitar que o caixa pegue fogo ou as notas sejam queimadas. Por isso, esses criminosos acabam se tornando os líderes das quadrilhas", disse a delegada.
Para a Deicor, os assaltantes de Joinvile pelo menos duas vezes por mês vinham ao RN para orquestrar as ações criminosas, tanto na capital como no interior. "Eles se articulam com os criminosos daqui e estavam vindo só para fazer o assalto e voltar. Muitas vezes eles nem usam avião para não deixar rastos", explicou a delegada.
Os assaltos aos terminais eletrônicos eclodiram no Estado depois que os bandidos em uma ação ousada explodiram duas agências do Banco do Brasil nas cidades de Umarizal e Martins, em 19 de julho de 2010. Daí para cá as ocorrências se propagaram por diversas cidades do Estado.
A preferência por terminais eletrônicos, ao invés de assalto "no peito e na raça", famosos nos anos 80 e 90, ganhou espaço entre as quadrilhas, devido ser mais prático e eficaz. "O risco de chegar a uma agência, invadir, fazer reféns, esperar que o cofre abra na hora programada é bem maior do que na calada da madruga, render um ou dois vigilantes e queimar com maçarico ou mesmo explodir com dinamites. O número de baixa é quase zero", destacou.
Para o delegado, a técnica de usar o maçarico se popularizou devido chamar menos a atenção do que acordar uma cidade com as explosões, como aconteceu em Umarizal e Martins no ano passado. "Os casos de Umarizal e Martins foram bem orquestrados e a explosão do primeiro, no caso em Umarizal, foi para chamar a atenção da polícia e deixar o caminho livre para a ação de Martins, de onde foi levado uma soma de dinheiro bem maior", disse.
Outro assalto a terminal eletrônico que ficou bastante famoso pela ousadia dos criminosos aconteceu em Natal, quando uma quadrilha armada invadiu a sede do Tribunal de Justiça do RN, no dia 30 de outubro, e levou todo o dinheiro de um dos caixas que ficam localizados no prédio.
Depois de vários dias de investigação, a Deicor preendeu 11 pessoas acusadas de participação no roubo, dentre elas dois policiais militares e um funcionário terceirizado que trabalhava no local. As prisões ocorreram nos bairros de Petrópolis e na Praia dos Artistas, em Natal. 
Uma luz no fim do túnel para transportar dinheiro com segurança
Durante um evento internacional de equipamentos sofisticados de alta tecnologia, uma empresa americana apresentou um sistema de transportes de valores que deverá ser a solução para combater os roubos a carros fortes, no entanto requer um investimento muito alto para os bancos e empresas especializadas.
A nova tecnologia está chegando ao Brasil e que, segundo a empresa idealizadora, tornará os carros-fortes obsoletos e diminuirá drasticamente o assalto a transportes de valores.
Segundo os americanos, a tecnologia, chamada "Cash Protection Solution", é composta por uma maleta para o acondicionamento de dinheiro e gavetas nas quais as maletas são encaixadas. Munida de vários sensores a maleta detecta se for transportada fora do horário marcado e também só pode ser carregada por uma pessoa registrada, que ela reconhece através de leitura de impressões digitais.
A maleta com o dinheiro deve ser transportada no horário certo para uma van que contém as gavetas, que servem como uma espécie de check-point. Após chegar ao local de destino a maleta deve ser retirada dessa gaveta pela pessoa autorizada e ser inserida no caixa eletrônico, num tempo determinado. O sistema todo já é compatível com os caixa existentes no Brasil, facilitando a adoção.
Caso alguma coisa saia do esperado um alarme dispara e a maleta libera um cartucho de tinta que inutiliza todas as notas dentro dela. A ideia da Sintel é que, como essa tecnologia torna impossível o roubo de dinheiro sem destruí-lo, não existe mais motivo para carregá-lo em carro-forte ou por pessoas armadas.

Poder de fogo das quadrilhas mostra lado vulnerável das forças policiais do Estado
Os constantes arrombamentos aos terminais eletrônicos das agências bancárias em cidades do RN tem ocorrido cada vez mais com frequência e vem desafiando a polícia no combate aos criminosos, que a cada dia mais inovam na ousadia.
Cidades localizadas nas mais diferentes regiões do Estado já foram alvos das quadrilhas especializadas, mostrando a vulnerabilidade do sistema de segurança, refletindo no poder de fogo de alta tecnologia, com armamentos potentes que sobrepujam o poder bélico dos policiais.
Foi o que aconteceu no dia 13 de setembro deste ano, quando uma quadrilha fortemente armada invadiu a cidade de Coronel Ezequiel, rendeu os funcionários de um posto de combustíveis, prendeu a polícia e levou todo o armamento. De quebra, os bandidos fizeram dois policiais de reféns e os abandonaram completamente nus em uma estrada carroçável, já no Estado da Paraíba.
A delegada da Deicor, Sheila Freitas, responsável por investigar a maioria dos assaltos ocorridos no interior do Estado, tem encontrado muita dificuldade para prender os assaltantes. A principal delas é a falta de estrutura das delegacias e o pouco policiamento civil nas cidades. Mesmo assim, somente nos últimos três meses mais de 10 quadrilhas foram desarticuladas.

Fonte: O Mossoroense

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