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quarta-feira, novembro 02, 2011
Confirmada presença do PCC no RN
A Secretaria Estadual de Segurança e Defesa Social (SESED) confirma que existem, pelo menos, 10 presos em estabelecimentos prisionais do Estado que estão sendo investigados sobre uma possível ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Os primeiros informes sobre a existência dessa ligação com a facção criminosa foram feitos pelo Sistema Integrado de Informação Penitenciária (INFOPEN), que funciona como setor de Inteligência dentro das unidades prisionais no país. Caso haja confirmação de vínculo, medidas como sequestro de bens e desarticulação dos grupos criminosos serão adotadas, adiantou o secretário adjunto da Sesed, Silva Júnior.
A afirmação do delegado de Polícia Civil Odilon Teodósio de que 95% dos entorpecentes que circulam no Rio Grande do Norte são oriundos do Primeiro Comando da Capital (PCC) é confirmada por Silva Júnior. "Se você me perguntar sobre a origem da droga, confirmo que a maioria delas têm a fonte no PCC. E isso não é somente aqui, é no Brasil todo", admitiu.
Apesar de a relação com o Infopen ser mais próxima com a Secretaria de Justiça e Cidadania (SEJUC), responsável pela administração penitenciária, a Sesed também foi comunicada sobre os estudos e investigação feitas. "A situação do sistema penitenciário potiguar é diferente de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, onde o PCC comanda o crime lá de dentro", afirma Silva Júnior.
Sobre as transferências após o episódio de 16 de agosto, quando sete ônibus foram alvos de ações incendiárias, Silva Júnior reafirma que o episódio não tem relação com o PCC. As transferências de Alcaçuz para o Presídio Federal de Mossoró se deram por conta de os presos oferecerem risco à tranqüilidade do local. "Esse tipo de medida é puramente para garantir a segurança do preso e a ordem no presídio. É em último caso, porque é mais interessante para nós termos esses presos sob nossa fiscalização direta, mais próxima", explica.
A Polícia Federal, por meio da assessoria de comunicação, informa que não existem registros de prisões relacionadas ao PCC no Rio Grande do Norte. A instituição forneceu as informações sobre as apreensões e prisões realizadas em 2010 e 2011 e os números já apontam para o crescimento nas interceptações de maconha e cocaína (ver quadro). Em 2011, 38 pessoas foram presas e dois adolescentes apreendidos, e em 2010 foram registradas 49 prisões e uma apreensão de adolescente.
INDÍCIOS
O titular da Coordenadoria de Administração Penitenciária (COAPE), José Olímpio, disse não poder fornecer muitos detalhes sobre o monitoramento feito pelo Infopen nas unidades prisionais do Estado, mas admitiu que em 2007, após a transferência de Jackson Jussier Rocha Rodrigues e Alexandre Thiago Costa Silva, "Xandinho", de Alcaçuz para o Presídio Federal de Catanduvas (PR), eles afirmaram ter adquirido conhecimento e estabelecido relações com membros do PCC.
A vice-presidenta do Sindicato de Agentes Penitenciários do RN (SINDASP-RN), Vilma Batista, acrescenta que vasto material foi recolhido, dentre relações com os nomes dos filiados à facção, vídeos de reuniões, o regulamento e interceptações telefônicas. "Nós também temos nosso setor de Inteligência e, naquela época, informamos à Sejuc e à Sesed e parece que isso não foi levado a sério." Vilma acrescenta que os ataques ocorridos em setembro já tinham sido encomendados há alguns meses. "Isso também foi comunicado", garante a sindicalista. (Com informações da Tribuna do Norte).
Fonte: Defato
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