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quarta-feira, outubro 26, 2011

Cursinhos contestam duas questões do Enem



O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) divulgou os gabaritos das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado no final de semana e que teve a participação de mais de 4 milhões de estudantes de todo o Brasil. Mas, ontem, em São Paulo, cursinho que preparam estudantes para ingresso no ensino superior contestaram, pelo menos, duas questões do Enem. Uma das perguntas, a 2 da versão amarela da prova, pede ao candidato que caracterize as normas morais. No gabarito oficial a resposta é D, segundo a qual as normais morais são "criadas pelo homem, que concede a si mesmo a lei à qual deve se submeter". Mas para os cursinhos Anglo, Etapa e Positivo, a resposta correta é a B: as normas morais são "parâmetros idealizados, cujo cumprimento é destituído de obrigação". Para o Objetivo, por sua vez, ambas as alternativas estão corretas.


"Quando há esse tipo de divergência, em que muitos discordam da versão oficial, é porque o teste foi mal feito", diz Francisco Achcar, professor do Objetivo. Segundo ele, o item D está mais distante do que o texto da questão 2 afirma. "O texto é uma consideração muito geral sobre o distanciamento entre conhecer e cumprir parâmetros éticos. Você tem obrigação moral de não roubar, mas as pessoas roubam. Ou seja, a obrigação moral pode não ser cumprida."


A segunda pergunta controversa - a 120 na versão amarela - traz um poema da coletânea Os 100 melhores poemas brasileiros do século, e pergunta ao candidato o objetivo do texto. Para o MEC, o correto é a alternativa C: o poema "reforça a capacidade da literatura em promover a subjetividade e os valores humanos". Para os cursinhos Anglo e Objetivo, porém, a opção correta é a E: o texto "revela a superioridade da escrita poética como forma ideal de preservação da memória cultural". Nessa questão, os gabaritos do Etapa e do Positivo concordam com o do MEC.


Para Achcar, do Objetivo, a questão "já começa errada" porque atribui o texto ao autor errado. "Dizer que o poema 'reforça a capacidade da literatura' é completamente impreciso", afirma. "Isso é uma ideia humanista boba." O professor diz que o poema fala do ato de guardar, e não do que é guardado. Procurado pouco antes das 20h pelo jornal O Estado de S. Paulo, o Inep pediu que a reportagem encaminhasse um e-mail detalhando as controvérsias a respeito do gabarito.


Fonte: Agência Brasil

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