Um policial militar matou a esposa grávida de três meses, invadiu um batalhão da PM, matou um colega, feriu outros três e se matou nesta terça-feira (20), em Pernambuco
Várias pessoas e uma viatura em frente ao 19º BPM após policial atirar em colegas e se matar — Foto: Luna Markman/TV Globo
A esposa foi morta na cidade de Cabo de Santo Agostinho, a cerca de 30 quilômetros da capital, Recife, onde invadiu o 19º Batalhão de Polícia Militar (BPM), e atirou contra os colegas. Um policial morreu e três ficaram feridos. O assassino, que trabalhava no batalhão, se matou após o crime.
O g1 apurou que o policial se chama Guilherme Barros e disparou sete vezes contra a esposa grávida.
A mulher foi socorrida por familiares e levada para a Unidade de Pronto Atendimento do Cabo de Santo Agostinho, mas nem ela nem o bebê resistiram aos ferimentos.
Após os disparos contra a esposa, o PM parou um carro que passava pela rua e foi até o batalhão em que trabalhava, onde entrou na sala de monitoramento e disparou contra os colegas.
O policial se matou após os crimes.
O caso aconteceu no fim da manhã. Em frente ao 19º BPM, a movimentação de pessoas e de policiais era grande. Um veículo do Instituto de Medicina Legal (IML) também foi enviado ao local.
O corpo do tenente morto foi levado para o IML Recife. Dois PMs baleados no batalhão foram levados para o Hospital Português, na área central da cidade.
Um terceiro policial foi levado para o Hospital da Restauração, no bairro do Derby, também no centro do Recife, de onde já recebeu alta.
Entre os feridos está uma major, que precisou de doação de sangue e contou com a ajuda de colegas da corporação (veja abaixo outros detalhes sobre as vítimas).
As vítimas
Claudia Gleice da Silva: esposa do soldado, estava grávida e morreu após chegar na UPA;
Wagner Souza: tenente da PM, morreu após ser baleado na sede do 19º BPM;
Aline Maria: major da PM, passou por cirurgia e foi encaminhada para a UTI;
Paulo Rebelo: cabo da PM, foi ferido no ombro, encontra-se internado para avaliação médica;
Maurino Uchoa: sargento da PM, foi atendido e recebeu alta médica.
A cronologia do crime
O policial militar atirou na esposa na casa dos dois, no bairro de Malaquias, no Cabo de Santo Agostinho.
A mulher, que estava grávida de três meses, foi atingida por sete tiros.
Familiares da vítima foram chamados e a levaram para a UPA do Cabo.
PM seguiu em um carro para a sede do 19º BPM, na Zona Sul do Recife.
Na sede do batalhão, ele entrou atirando na sala de monitoramento, matando um PM e ferindo outros três. Depois, se matou.
Após dar entrada na UPA com pulsação fraca, a esposa não resistiu aos ferimentos. Ela morreu às 11h21.
Investigações
A SDS informou que os crimes que ocorreram na sede do 19º BPM serão apurados por meio de Inquérito Policial Militar, enquanto o assassinato da esposa do soldado Guilherme será apurado pela Polícia Civil.
A morte de Claudia Gleice da Silva, no Cabo de Santo Agostinho, foi registrada como feminicídio pela Força Tarefa de Homicídios. Segundo a corporação, as investigações serão conduzidas pela 14ª Delegacia de Polícia de Homicídios.
O que diz o governo
Em nota, a Secretaria de Defesa Social (SDS) diz que as forças de segurança do estado estão atuando para "dar o suporte aos feridos, investigar e coletar elementos que ajudem a elucidar as circunstâncias e a motivação dessa tragédia envolvendo policiais do 19º batalhão e a mulher de um policial".
Equipes das polícias Militar, Civil, Científica e do Corpo de Bombeiros atuam no caso.
No comunicado, a SDS disse que, de imediato, "foi feito o socorro das vítimas e acionados todos os meios para o atendimento da ocorrência".
"Neste momento de dor e comoção, solicitamos compreensão e respeito às vítimas, familiares, colegas de profissão e demais envolvidos", diz a nota.
Fonte: g1