Cerca de 1,8 milhão de pessoas foram vítimas de roubo no país em 2021, o equivalente a 1,1% da população brasileira, segundo dados do Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento inclui roubo a carros, motos, bicicletas, dentro e fora do domicílio.
Arma utilizada por grupo criminoso durante o roubo — Foto: Polícia Militar/Divulgação
A pesquisa ainda aponta que o uso de arma, não necessariamente de fogo, foi maior nos roubos de veículos, como carro (95%) e moto (86,2%). O percentual leva em conta somente o último roubo ocorrido nos 12 meses analisados. No roubo de bens fora do domicílio, o uso de arma ficou acima de 80%, enquanto nos roubos de bicicleta e domicílio, os percentuais foram menores (63,3% e 60,5%, respectivamente).
A arma de fogo foi o tipo de arma mais utilizada em roubos. Nos roubos de carro (97,6%), moto (96,9%) e domicílio (90,8%), em que foi utilizada alguma arma, mais de 90% eram armas de fogo. Nos roubos de bens fora do domicílio, o percentual de uso de armas de fogo ficou em 87,7%. Para o roubo de bicicleta, o uso de arma de fogo teve o menor resultado (69,5%). Na metodologia do IBGE, mais de uma arma podem ser usadas no crime.
O levantamento foi feito pelo IBGE em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do quarto trimestre de 2021.
Os dados de roubos dentro e fora da residência não levam em conta os roubos de carros, motos e bicicletas, que foram analisados separadamente.
No caso dos bens roubados fora do domicílio, os itens mais citados foram telefone celular (83,7%), dinheiro (36,3%), documento (23,4%), cartão de débito ou crédito ou cheque (18,5%) e joia, bijuteria ou relógio (10%).
Já dentro de casa, os bens mais roubados são telefone celular (64%), dinheiro (31,2%), joia, bijuteria ou relógio (19,2%), aparelho eletrodoméstico (18,9%), documento (16,3%), cartão de débito ou crédito ou cheque (14,9%), roupa ou calçado (12,2%) e computador ou tablet (7,9%).
Segundo o IBGE, a alta proporção de celulares roubados no domicílio e, em maior medida, fora do domicílio, mostra a atratividade desse tipo de bem para a vitimização.
Os dados, ao contrário do divulgados anualmente pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, incluem roubos que não são informados às polícias. Por isso, os números diferem dos do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Segundo o IBGE, a maior parte das vítimas sofreu roubo de bens fora do domicílio (67,8%), seguido de roubo do próprio domicílio (23%). O roubo de veículos e bicicleta vitimou uma proporção bem menor de pessoas: 6,8% das vítimas sofreram roubo de carro, 5,6% roubo de moto e 3,0% roubo de bicicleta. Uma pessoa pode ter sido vítima de mais de um tipo de roubo no período de 12 meses anteriores à data da entrevista
Além disso, nem todas as vítimas procuraram a polícia após o crime. A taxa de procura para roubos de carros é a maior das cinco categorias, 91%, seguida pela de motos (82,5%), fora do domicílio (57,9%), no domicílio (57,1%) e de bicicleta (52,4%).
Nas situações em que não houve procura pela polícia ou guarda municipal, o motivo mais citado foi “não acreditava na polícia”, com 26,9%, seguido dos motivos “recorreu a terceiros ou resolveu sozinho(a)” (24,3%), “falta de provas” (15,2%), “medo de represália” (12,8%), “outro motivo” (11,5%) e “não era importante” (9,3%).
2,9 milhões de residências com alguém vítima de furto
O IBGE também aponta que, em 2021, 2,9 milhões de domicílios tinham pelo menos um morador que foi vítima de furto nos últimos 12 meses à data da entrevista, correspondendo a 4,0% do total de domicílios particulares do país.
Foram 342 mil furtos de veículos (192 mil de carros e 150 mil de motos) e 388 mil furtos de bicicleta. Houve 1,7 milhão de furtos nos domicílios e 1,4 milhão de furtos fora do domicílio.
O instituto ressalta que os números no levantamento podem destoar dos registros administrativos de furto patrimonial, uma vez que o entrevistado pode relatar como furto bens que se perderam sem explicação ou bens de pouca importância para gerar um registro policial.
As vias públicas (ruas, estradas, praias, praças etc.) foram os principais locais de ocorrência de furtos de carro (75,1%) e moto (68,8%). Já no caso das bicicletas, o principal local foi em algum domicílio (66,3%), que poderia ser do próprio morador ou de outra pessoa.
Considerando o último furto ocorrido nos 12 meses anteriores à entrevista, em 80,3% dos furtos de carro e 84,9% dos furtos de moto houve procura pela polícia. Para furtos fora do domicílio (não considerando carro, moto ou bicicleta), a procura foi de 44,8%, seguida por 31,4% para furtos de domicílio e 28,5%, de bicicleta.
Nos furtos em que não houve procura pela polícia, os principais motivos informados foram “falta de provas” (24,1%), seguido de “não acreditava na polícia” (23,6%), “não era importante” (22,0%), “recorreu a terceiros ou resolveu sozinho(a)” (14,4%), “outro motivo” (9,3%) e “medo de represália” (6,7%).
Fonte: g1