Um dos dois homens que sequestraram um helicóptero no Rio de Janeiro, em setembro de 2021, foi preso nesta quinta-feira (31) pela Polícia Federal (PF).
Khawan Eduardo Costa Silva estava escondido desde então no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo e foi preso ao deixar a comunidade para ver a família, no Fonseca, em Niterói.
O g1 apurou que Khawan foi interceptado num mototáxi. Ele não estava armado nem levava celular.
A prisão foi realizada dentro da Missão Redentor e pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE/PF). O mandado de prisão preventiva foi expedido pela 1ª Vara especializada do TJ/RJ.
Agentes da DRE/PF vinham monitorando Khawan nos últimos meses e sabiam que ele planejava ver parentes.
Relembre o sequestro
No dia 19 de setembro, o piloto Adonis Lopes, que serve à Polícia Civil do RJ, foi rendido em pleno voo por dois homens armados. Era o início de um plano de resgate de presos custodiados no Presídio Vicente Piragibe, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu.
Segundo a polícia, Marco Antônio da Silva, o Pará, gerente das bocas de fumo do Sabão, em Niterói, e Khawan Eduardo Costa Silva, preso nesta quinta, contrataram um voo para Angra dos Reis, no Sul Fluminense, e anteciparam a volta em um dia. A dupla tinha exigido um helicóptero esquilo, que coubessem pelo menos cinco passageiros.
Pará e Khawan anunciaram o sequestro tão logo decolaram do Frade, um bairro de Angra. O voo transcorreu sem incidentes até que Adonis decidiu pousar no 14º BPM (Bangu), que fica ao lado dos presídios.
Nesse momento, começa uma luta a bordo, e a aeronave faz movimentos bruscos. Na briga, Adonis ainda tentou alertar os sequestradores do risco: “A gente vai cair, larga, solta, a gente vai morrer!”, recordou. “Não sei explicar, eles ficaram muito atônitos”, emendou.
A dupla desiste do plano, com medo de morrer em um acidente, e manda Adonis voar até Niterói. Pará e Khawan saltaram nas imediações do Morro do Caramujo.
Apesar da luta corporal, Adonis saiu ileso. Ele contou que, depois que a dupla desceu, decolou ainda com a porta da aeronave aberta, com medo de disparos em represália.
“Imaginei que aquele pudesse ser meu último voo”, declarou. “Mas não ia conviver com o estigma de resgatar bandido.”
Quem os bandidos queriam resgatar?
A polícia e a Seap suspeitam de sete detentos. Nas investigações, identificaram “movimentações atípicas” no pátio do Vicente Piragibe naquele 19 de setembro e determinaram a transferência para a segurança máxima de:
Carlos Vinícius Lírio da Silva, o Cabeça do Sabão, apontado como mentor do plano;
Márcio Gomes de Medeiros Roque, o Marcinho do Turano, que seria o alvo do resgate;
Márcio Aurélio Martinez Martelo, o Bolado;
José Benemário de Araújo, o Benemário;
Eliseu Felício de Souza, o Zeu;
Max de Oliveira Nascimento, o Cachorrão;
Bruno Lima Cabral da Silva, o Bruninho.
Nas imagens analisadas pela Inteligência da Seap, Marcinho do Turano foi um dos últimos a deixar a quadra, depois que a cadeia fechou, por volta das 17h20.
O plano seria fazer o resgate pouco antes da entrada dos detentos de volta para as galerias. Marcinho aparece nas imagens com outros três presos, já calçando um par de tênis, lavando a quadra.
Fonte: g1
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