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quarta-feira, novembro 17, 2021

Incêndio atinge oficina de troca de óleo veicular em Mossoró

Um incêndio de grandes proporções atingiu uma oficina de troca de óleo veicular em Mossoró, no Oeste potiguar.


Incêndio atingiu oficina em Mossoró — Foto: Reprodução


O Corpo de Bombeiros foi acionado para conter as chamas por volta das 11h20. A oficina fica na Rua Francisco Ramalho, no Centro.


De acordo com o sargento Ronivon Fontes, que coordenou a operação, o incêndio foi controlado por volta das 12h. "Nós estamos com a ocorrência sob controle. Não há mais risco de propagação do fogo para outros imóveis", disse.


Segundo ele, quando o incêndio começou havia alguns funcionários e clientes no local, mas ninguém se feriu. "O fogo se alastrou rapidamente por ser um material inflamável", explicou.


O sargento informou ainda que ainda não há indícios de como pode ter começado o incêndio. O fogo não avançou para putros imóveis, mas a fumaça chamava a atenção de quem passava pelo local.


Fonte: g1

Comércio varejista do RN tem queda de 3,4% e setor de serviços sobe 0,4% em setembro, diz IBGE

O volume de vendas do comércio varejista no Rio Grande do Norte teve uma queda de 3,4% no mês de setembro na comparação com agosto. Já o setor de serviços teve aumento de 0,4% (veja mais detalhado abaixo).


Comércio do Alecrim, Natal, RN — Foto: Pedro Vitorino/Cedida


Os dados estão na Pesquisa Mensal de Comércio e Pesquisa Mensal de Serviços, que foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (17).


A queda é a mais acentuada entre os estados do Nordeste. Segundo o IBGE, porém, a redução ficou dentro da média da região, que foi de -1,7% e não implicou em grandes perdas.


Apenas dois estados nordestinos tiveram aumento da receita em comparação a agosto: Paraíba (0,6%) e Pernambuco (1%).


Além disso, segundo a pesquisa, o desempenho das vendas ficou abaixo do resultado obtido no Brasil, que teve queda de 1,3% no volume de vendas e de 0,2% na receita do comércio varejista.


Apesar disso, de acordo com o IBGE, o Rio Grande do Norte possui alta acumulada de 2,1% nos últimos 12 meses e teve desempenho melhor que no mesmo período de 2020, quando a queda foi de 8,4%.


Comércio varejista ampliado

O varejo ampliado teve uma queda de 1,6%, próximo à média registrada no Brasil, que foi de recuo de 1,1%. O patamar de vendas é semelhante ao de julho de 2020.



Entre os estados do Nordeste, o melhor desempenho foi o de Pernambuco, com aumento de 2,9% no volume de vendas - também a maior do Brasil. Já a maior queda foi do Maranhão, com redução de 3,6%.


Considerando os últimos 12 meses, o Rio Grande do Norte possui alta acumulada de 4,7%, com desempenho melhor que em 2020.

O comércio varejista ampliado inclui, além do varejo comum, a venda de veículos, motos, partes e peças e material de construção.


Setor de serviços

Já no setor de serviços, o Rio Grande do Nordeste foi o único estado do Nordeste a apresentar aumento no volume em setembro na comparação com agosto, com crescimento de 0,4%.


Esse número também é maior que a média nacional, que teve recuo 0,6%. Quando comparado com o mesmo mês de 2020, o volume de serviços apresenta um aumento de 16,9%.


Também houve melhora nas receitas, cujo crescimento foi de 3,6%. Foi o quarto mês consecutivo de elevação.

O crescimento acumulado do volume de serviços em 2021 está em 10,5%, próximo à média do Nordeste (10,9%) e do Brasil (11,4%)


Fonte: g1

Hospital de Campanha deve ser fechado após o Carnatal, diz secretário de Saúde de Natal

O secretário de Saúde de Natal, George Antunes, informou que o Hospital de Campanha da capital deve ser fechado após o Carnatal.


Segundo ele, para a pandemia, "o Hospital de Campanha já cumpriu o seu papel. Hoje com a movimentação que nós temos de casos, de pacientes, não existe mais a necessidade do hospital de campanha voltado para a Covid", disse em entrevista ao Bom Dia RN.


Hospital de Campanha de Natal - foto de arquivo — Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi


George Antunes destacou que outras cidades já fecharam os hospitais de campanha diante do cenário de maior controle da pandemia. "Nós estamos com ele ainda em observação, como uma carta na manga caso haja necessidade de internação na área de Covid", afirmou.



O governo do estado começou a reverter leitos Covid para pacientes de outras doenças em julho deste ano, a partir da redução da demanda. Contratações de leitos também deixaram de ser renovadas.


De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, atualmente o Hospital de Campanha está funcionando com leitos clínicos e tem 66 pacientes internados (17 na UTI e 49 na enfermaria), mas nenhum com Covid. "São pacientes de outras especialidades médicas", disse o secretário.


A SMS montou uma ala Covid com 10 leitos de UTI e 15 de enfermaria no Hospital dos Pescadores. Na tarde de terça (16) a unidade estava com 2 pacientes internados na UTI e 2 na enfermaria, segundo a SMS.


O Carnatal 2021 acontece de 9 a 12 de dezembro. "Vamos aguardar até o final do Carnatal, por ser um evento de grande porte. Quinze dias após o Carnatal é o meu ponto de observação", disse George Antunes.


Fonte: g1

Professora é proibida de entrar na Secretaria de Educação de Natal por causa de 'roupa inadequada'

Uma professora da rede municipal de ensino de Natal teve a entrada barrada na Secretaria Municipal de Educação com o argumento de que estava vestida com "uma roupa inadequada". A proibição partiu do chefe de patrimônio da SME e de um segurança. A professora classificou a situação como um caso "típico de machismo".


Professora Tânia Maruska Petersen denuncia que foi barrada em Secretaria Municipal de Educação por conta de vestido — Foto: Reprodução


"Em pleno século 21 é inadmissível que uma mulher seja julgada pela roupa que está usando. Principalmente porque o meu vestido não é inadequado. Fica claro que é mais um caso de machismo", disse a professora Tânia Maruska Petersen ao g1.


O caso aconteceu na última quinta-feira (11) e foi denunciado pela educadora. Ela trabalha na Escola Municipal Zuleide Fernandes, onde é conselheira escolar. Ao g1, Tânia contou que esteve no local para resolver questões relativas ao trabalho e assinar documentos.


"Quando eu cheguei a segurança disse que achava que eu não poderia entrar por causa da minha roupa e que iria acionar o chefe. Ele já chegou dizendo que a roupa era inadequada. Eu perguntei quais eram os critérios, já que eu estava com um vestido normal, que eu já usei em outros dias de trabalho e já entrei em outros prédios públicos. Ele respondeu que existia uma portaria que explicava quais roupas não eram adequadas, que eu era uma educadora e que aquela não era roupa de uma educadora", relatou.



Ela disse que se sentiu intimidada, constrangida e humilhada.


"Meu vestido não era curto pra ser taxado de inadequado. Fiquei muito triste, envergonhada, foi uma situação vexatória. Eu sou uma excelente profissional. Eu estudo, invisto no meu trabalho, chego cedo, cumpro minhas atividades, e vou ser julgada pela roupa que eu uso?", questionou.


O que dizem sindicato e governo

Em nota, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública (Sinte/RN) classificou o caso como "absurdo, inaceitável e lamentável. O Sindicato se solidariza com a professora e se compromete a lutar contra o machismo onde quer que ele esteja".


A SME também se manifestou e informou que está apurando os fatos para tomar as devidas providências (leia a nota completa mais abaixo).


"A SME-Natal lamenta o episódio e esclarece, que na ocasião a professora foi atendida na sequência em sua demanda pela diretora do Departamento de Administração Geral. A SME reafirma o respeito às professoras e professores, como também a qualquer cidadã ou cidadão que procura atendimento".


Machismo

Para a professora Tânia, o constrangimento que ela passou é "retrato de uma sociedade patriarcal, machista e misógina".


Ela ressaltou ainda que decidiu denunciar o caso para dar voz a outras mulheres.


"A gente denuncia, mas fica com receio de que venha alguma represália. Mas eu não poderia me calar, preciso dar voz a outras mulheres porque o feminismo ainda é tratado como 'mimimi', como tolice, por muita gente. Tratam como uma pauta supérflua e não é".


"A violência é imposta todos os dias às mulheres, seja física, seja psicológica, quando temos nossos corpos sexualizados, objetificados. Eu não quero que outras mulheres passem por isso".


Nota da SME na íntegra:


Sobre o episódio denunciado pela professora Tânia Maruska Petersen, a Secretaria Municipal de Educação de Natal está apurando os fatos para tomar as devidas providências. A SME-Natal lamenta o episódio e esclarece, que na ocasião a professora foi atendida na sequência em sua demanda pela diretora do Departamento de Administração Geral.


Na oportunidade, a SME-Natal reafirma o respeito às professoras e professores, como também, a qualquer cidadã ou cidadão que procura atendimento na sede da SME-Natal, no Centro Municipal de Referência em Educação Aluízio Alves (Cemure), ao anexo no qual funciona o Departamento de Atenção ao Educando (DAE) e nas 146 unidades de ensino distribuídas pelas quatro regiões administrativas da cidade.


Fonte: g1

Desempregado pede comida a cliente de supermercado, história viraliza na web e homem consegue trabalho no RN

Uma história comoveu as redes sociais dos potiguares nos últimos dias. Um homem de 42 anos, desempregado, pediu a uma mulher, na boca do caixa de um supermercado em Parnamirim, para pagar um frango pra ele. Em casa, explicou o rapaz, só havia manga - para ele, o pai, a mulher e os três filhos.


Railson Rodrigues Freire, de 42 anos — Foto: Arquivo pessoal


Railson Rodrigues Freire ganhou o frango e também muito mais. Com autorização dele, a mulher que o ajudou e o marido compartilharam o episódio e o contato profissional do rapaz nas redes sociais e a história viralizou. A partir daí, Railson começou a receber vários contatos de trabalho.


Desempregado, ele faz bicos consertando eletrodomésticos, como máquinas de lavar, geladeiras e microondas. E, do dia para a noite, após a história ganhar repercussão, já não conseguia mais dar conta de tanta gente entrando em contato.


"Num dia, foi uma ligação atrás da outra. Ligou um, passou um minuto, ligou outro. Eu fiquei: 'não é possível, não, será que isso é uma pegadinha?''. Depois ligou mais três, mais outro, mais outro. E até agora tem gente que está ligando ainda. Eu estou tentando arrumar minha agenda aqui", contou Railson.


A mulher que o ajudou no supermercado, a jornalista Marina Gadelha, comemorou o serviços que têm aparecido para Railson. Ela disse também que a ajuda dada por ela e o marido, o advogado Robson Saldanha, não foi "nada de extraordinário, foi o mínimo".



"Quando eu cheguei em casa, muito emocionada, eu falei pro meu marido o que tinha passado. Ele também ficou muito tocado com a situação. Compartilhamos o contato dele com o maior número de pessoas possível. E ficamos muito felizes de ver que deu resultado. Agora ele está tendo serviço", disse.


"E pra mim, na verdade, eu não fiz nada demais, porque eu acho que todo mundo deveria olhar pro próximo e buscar tem um pinguinho de sensibilidade, um pouco de compaixão, de amor ao próximo. Foi isso que eu fiz. E eu não acho que tenha sido nada de extraordinário. O que eu fiz pra ele foi o mínimo".


Repercussão

O advogado Robson Saldanha, marido de Marina, relatou o episódio um dia depois do ocorrido no Twitter e a história viralizou.


"Quando minha esposa chegou em casa contando o que tinha acontecido e o jeito que ele a abordou, eu pensei: a gente conhece muita gente, o mínimo que nós podemos pode fazer, fizemos, que foi ajudar na feira. Mas vamos compartilhar o contato, não vamos esperar que as pessoas peçam".


Robson disse que fez um pequeno texto e também encaminhou "para que as pessoas salvassem o contato, porque certamente elas precisariam [do serviço] no futuro".



"Paralelo a isso, eu acabei fazendo um relato de desabafo no Twitter, que acabou tomando uma proporção muito maior do que eu imaginava, na qual eu explicava tudo que aconteceu e pedi que as pessoas de Natal, se precisassem de algum contato desse, entrassem em contato comigo. E isso tomou uma proporção muito maior", disse.


"Nós ficamos muito felizes com tudo que aconteceu com ele, porque a gente sabe que infelizmente é uma realidade que retornou e o mínimo que a gente puder fazer pra ajudar o nosso próximo, independente de esperar algo em troca, é o que a gente vai fazer".


Só um frango

Railson conta que essa foi a primeira vez que precisou pedir alimento na vida.


"Eu olhei pro mercado e disse: 'vou ali'. Eu tenho fé. Eu vou conseguir nem que seja uns dois miojos, mas eu vou conseguir. E a vergonha de pedir. Muita vergonha. Como eu vou fazer? Não, um miojinho, será que o pessoal vai me negar uma coisa assim?", se questionou.


Ele separou dois pacotes de macarrão instantâneo e um frango, "o mais baratinho, um pequeno". A ideia era pedir para alguém passar no caixa para ele um ou o outro. Foi quando abordou a jornalista Marina Gadelha.


"Eu estava na maior vergonha, tentando entender, peço ou não peço? Pedindo a Deus ali, que precisava me alimentar, estava há alguns dias só comendo manga. Eu fiquei naquele aperreio todo,.Nunca pedi em toda a minha vida. Estava ali, decidi ir no caixa. Falei com ela", disse.


"Eu disse: 'Eu queria só passar esse franguinho pra me alimentar com minha família'. Ela pegou arroz, feijão, flocos de milho. Eu morrendo de vergonha, suando ali. As lágrimas descendo naquele momento de desespero e tudo. E agradecendo a Deus", contou.


Railson está no Rio Grande do Norte, terra do pai dele, há cerca de três meses. Ele deixou Brasília após a morte da mãe e do irmão em 2020, mas também está sem emprego por aqui.



Marina disse que ao ver o carrinho dele vazio no supermercado, perguntou se ele precisava de mais algo e ele respondeu que "precisando, eu estou, mas se você já passar esse frango vai ser de grande ajuda".


Ela conta que ele relatou que só fazia isso pelos filhos, pois por ele "comeria qualquer coisa". "Eu fiquei muito tocada com aquilo. Eu fiquei emocionada e disse: 'Enquanto você está aí, precisando tanto, eu estou aqui com meu carrinho cheio'. Nesse momento, eu realmente senti ali como existe uma desigualdade muito grande no nosso país", pontuou.


"Enquanto eu tenho condições de encher o meu carrinho e fazer as compras do mês pra minha família, aquela pessoa ali estava com tanta dificuldade de comprar um frango pra poder dar de comer aos filhos".


Melhorar de vida

Mesmo com os alimentos em casa, ele sequer tem fogão ou dinheiro para comprar um botijão de gás, que já ultrapassa os R$ 100 no Rio Grande do Norte.


"Agora as coisas estão tão difíceis. Tudo caro. muita gente com dificuldade, sem conseguir pagar o aluguel. Muita gente morando embaixo do viaduto, emprego tá difícil", falou.


Apesar das dificuldades, Railson diz só ter a agradecer. "Eu estou feliz, eu não tenho do que reclamar não, porque tem gente que está passando algo pior do que eu".


Fonte: g1

Astrazeneca pede à Anvisa a inclusão de 'dose de reforço' da vacina contra Covid no esquema vacinal

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou nesta quarta-feira (17) que recebeu o pedido da Astrazeneca para incluir uma "dose de reforço" no esquema vacinal indicado para seu imunizante. Atualmente, a bula da Astrazeneca prevê duas doses para imunização completa e não cita o reforço.


Doses de AstraZeneca — Foto: Hélia Scheppa/SEI-PE


"O pedido da farmacêutica prevê a inclusão em bula de uma dose de reforço com pelo menos 6 meses de intervalo, após a administração da segunda dose da vacina. A solicitação da Astrazeneca é para a vacinação homóloga, ou seja, aplicação do reforço em pessoas que receberam as duas doses iniciais da mesma vacina", informou a Anvisa.

(ATUALIZAÇÃO: Ao ser publicada, esta reportagem citou o termo "terceira dose", conforme anunciado pela Anvisa. A agência corrigiu a informação às 17h21 e o texto foi atualizado)


De acordo com a agência, para que a mudança seja aprovada, estudos clínicos devem demonstrar a "manutenção do perfil de segurança do produto e indicar a eficácia atingida com a dose adicional".


A AstraZeneca enviou para a Anvisa um estudo clínico que contou com a participação de voluntários brasileiros e foi aprovado pela Anvisa em 19 de julho deste ano.


Outras vacinas

Em setembro, a Pfizer entrou com pedido de alteração na bula da sua vacina contra a Covid-19 para que a posologia indicada seja de três doses. Até o momento, o esquema aprovado em bula prevê apenas duas doses da vacina. O pedido segue em análise.


A solicitação da Pfizer tem como foco a aplicação da dose complementar nas pessoas acima de 12 anos que receberam a vacina feita pelo laboratório há pelo menos 6 meses.


"Este pedido está em análise na Anvisa e pendente de complementação de dados pelo laboratório para que a análise tenha prosseguimento", informou a Anvisa na terça (16).

Quanto à vacina da Janssen, a Anvisa informou que não recebeu nenhuma solicitação para alterar o esquema vacinal previsto em bula. Na terça-feira (16), o Ministério informou que pessoas vacinadas com a Janssen teriam que tomar a segunda dose da vacina após, pelo menos, dois meses da imunização.


Em nota, a Anvisa esclareceu a agência reguladora americana (FDA/EUA) considerou a segunda dose como reforço.


“O uso de uma dose única de reforço da vacina Janssen (Johnson e Johnson) Covid-19 pode ser administrado pelo menos 2 meses após a conclusão do regime primário de dose única em indivíduos com 18 anos de idade ou mais.” (tradução livre)."


Fonte: g1

Empresário vendia falsa cachaça com combustível para carro e substância que mata, diz polícia

Um empresário de 40 anos foi preso em flagrante, nesta terça-feira (17), em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, suspeito de falsificar e vender bebida alcoólica com etanol.


Segundo a polícia, o prejuízo do esquema chegaria a R$ 2,4 milhões.


A Polícia Civil começou a investigação depois de ser acionada pelo Instituto Mineiro de Agropecuário (IMA), que recebeu denúncias anônimas de adulteração de bebidas.


"Diante da informações e dos detalhes, achamos prudente procurar a polícia. Estava bem claro a atividade criminosa. A polícia passou a investigar, identificou a materialidade e a operação veio a ocorrer", contou o fiscal do IMA, Lucas Guimarães.


Um dos galpões que o empresário usava para fabricar e distribuir falsas cachaças com etanol — Foto: Polícia Civil de Minas Gerais


De acordo com as investigações, o suspeito fabricava e distribuía a falsa cachaça em dois galpões, localizados em Contagem. Em um destes locais, foram apreendidos cerca de 60 mil litros de etanol, além de garrafas, computadores, documentos e veículos.


“Esses 60 mil litros de álcool iriam render cerca de 120 mil litros de cachaça falsa, altamente prejudicial ao consumo”, disse o delegado Júlio Wilke.

Ainda segundo o delegado, algumas notas fiscais apreendidas pela polícia identificaram que o álcool vendido era combustível para veículos.


Wilke explicou que não se sabe ainda se o suspeito utilizou uma marca legal ou se criaram essa empresa para adulterar o produto.


Dois funcionários da indústria foram ouvidos e a polícia apura o envolvimento de cada um.


Empresário é preso suspeito de fabricar e distribuir falsa cachaça com etanol na Grande BH — Foto: Danilo Girundi/ TV Globo


O produto foi levado para análise no IMA. A Polícia Civil vai investigar quantos litros eram produzidos mensalmente e para quem eram vendidos.


Os envolvidos podem responder por crime tipificado como “corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância ou produto alimentício, assim como a exposição à venda, a manutenção em depósito para venda e distribuição de produtos falsificados, corrompidos ou adulterados”.


O produto foi levado para análise no IMA, para descobrir quais substâncias estão presentes nas garrafas. — Foto: Polícia Civil


'Metanol mata mais rápido que etilenoglicol'

Segundo as investigações, o etanol transformado no processo de falsificação da bebida pode virar metanol, "substância que mata mais que o etilenoglicol", segundo Lucas Guimarães, fiscal do IMA.


"Diferente do caso Backer é que aqui tem uma estrutura dolosa montada para falsificação, criada para produzir produto impróprio, inclusive com fundo falso, na fábrica. Eles colocaram alto índice de enxofre, não tinha monitoramento dos padrões da cachaça, além de utilizarem insumos alérgicos que podem causar a morte como o metanol que mata mais rápido que etilenoglicol" , contou ele, em referência à substância encontrada em cervejas da Backer, em 2020.

O IMA alerta que quem adquiriu a bebida deve descartá-la e procurar a Polícia Civil.


Fonte: g1

Chico César é alvo de comentários racistas em programa de rádio na Paraíba: “Aquele neguinho”

O cantor Chico César foi vítima de comentários racistas em um programa de rádio na cidade do Conde, Litoral Sul da Paraíba. Durante a transmissão ao vivo na internet, na última segunda-feira (15), o apresentador do semanário 'Fala Conde' citou Chico e se referiu ao artista em tom pejorativo, com termos como “neguinho” e “praga”.


Byra de Jacumã, autor dos comentários, tem sido alvo de críticas nas redes sociais desde que as imagens foram divulgadas.


No contexto, ele conversava sobre carnaval e mencionou Chico César como “aquele neguinho que tocava violão nu” que teria mudado o foco da festividade.


Chico César — Foto: Reprodução/Instagram


Com a repercussão, Byra foi às redes sociais se desculpar com o cantor e disse, ainda, que não tinha intenções de ofender ninguém com base na raça, visto que, enquanto homem negro, também sofre racismo.


“Chico, não gostar das suas músicas não me dá o direito de agir assim contra você. Por isso peço desculpas pela insanidade que dias atrás fiz contigo, até porque já sinto isso na pele desde que nasci”, publicou o apresentador.


Em nota, a Prefeitura do Conde afirmou que não tem vínculo com o programa de rádio e que repudia qualquer tipo de discriminação. Uma denúncia sobre o caso foi aberta junto ao Ministério Público Federal, mas os detalhes dos trâmites estão sob sigilo para proteção do denunciante.


Procurada pelo g1, a assessoria do cantor Chico César afirmou que ele prefere não se manifestar já que as imagens falam por si só. Chico agradeceu, ainda, o carinho e a preocupação do público que saiu em sua defesa contra o ato de racismo.


Fonte: g1

'Minha aluna desmaiou de fome': professores denunciam crise urgente nas escolas brasileiras

"Essa aluna chegou bem atrasada. Ela bateu na porta da sala de aula, eu abri e notei que ela não estava bem, mas não consegui entender o porquê. Passei álcool na mão dela e senti a mão muito gelada, em um dia em que não estava frio para justificar."


Desmaios por fome e pedidos de doação de alimentos tornaram-se rotina nas escolas públicas, em meio ao desemprego elevado e avanço da insegurança alimentar no país — Foto: André Valente/BBC Brasil


"Ela sentou e abaixou a cabeça na mesa. Eu estranhei e chamei ela à minha mesa. Ela veio e eu perguntei se ela estava bem. Ela fez com a cabeça que estava, mas com aquele olhinho de que não estava. Perguntei se ela tinha comido naquele dia, ela disse que não."


"Fui pegar algo para ela na minha mochila — porque eu sempre levo um biscoitinho ou uma fruta para mim mesma. Mas não deu tempo. Ela desmaiou em sala de aula."


O relato é de uma professora da rede municipal do Rio de Janeiro. A aluna tem 8 anos, é negra e estuda em uma escola localizada em um complexo de favelas na Zona Norte carioca. O episódio aconteceu em setembro deste ano.


"Eu fiquei realmente sensibilizada por essa situação", conta a professora. "Por que é isso: a fome. Uma fome que a criança não sabe expressar a urgência. E que envolve muitas vezes a vergonha. Para ela é algo humilhante, por isso ela não consegue expressar."



O caso ocorrido na escola do Rio de Janeiro não é isolado. Professores da rede pública de todo o Brasil relatam episódios semelhantes, em um momento em que o país soma 13,7 milhões de desempregados e a inflação de alimentos consumidos em domicílio acumula alta de mais de 13% em 12 meses, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE ) .


Segundo estudo da Universidade Livre de Berlim, a insegurança alimentar grave — como é chamada a fome na linguagem técnica — atingia 15% dos domicílios brasileiros em dezembro de 2020. Esse percentual chegava a 20,6% nos lares com crianças e jovens de 5 a 17 anos.


Professores falam em perda de motivação

Os professores ouvidos pela BBC News Brasil relatam que os alunos com fome sofrem com perda de motivação e apresentam episódios de agressividade com colegas e educadores.


Na volta às aulas presenciais, após o período de ensino à distância forçado pela pandemia, os estudantes enfrentam os efeitos da perda de emprego e renda dos pais e do falecimento de avós que muitas vezes sustentavam a família com suas aposentadorias.



Conforme os professores, jovens estão abandonando os estudos para trabalhar e ajudar suas famílias na geração de renda e crianças moradoras de favelas estão em alguns casos mudando para regiões ainda mais precárias das comunidades, devido ao custo do aluguel.


Nesse cenário de crise social que bate à porta das escolas, os educadores fazem o que podem, organizando coletas de alimentos e direcionando as crianças e famílias que estão passando por necessidade à rede pública de assistência social.


"Procuro manter meu coração sempre firme, não cair em desespero", diz uma professora de língua portuguesa na rede estadual do Paraná, com quase 30 anos de profissão.


"A gente respira fundo e vai fazer campanha para cesta básica, para coleta de alimentos, para mantê-los em sala de aula. Eu me sinto às vezes cansada, mas me sinto na obrigação de me manter firme e fazer algo por essas crianças, para que eles sintam que podem contar conosco, que não seremos mais um a abandoná-los."

A BBC News Brasil optou por manter todos os entrevistados anônimos, como uma forma de preservar a privacidade das crianças citadas em seus relatos.


Agrediu colega, xingou professora: era fome

Um conselheiro tutelar de um bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro foi chamado para atender o caso de uma menina de 7 anos.


"Havia um conflito dentro da escola, um nervosismo muito grande de uma criança sem histórico de agressividade", conta o conselheiro tutelar.


"Ela havia agredido uma colega, depois desafiou a professora e, por fim, acabou tentando agredir a direção. A escola nos chamou para conversar com essa criança e sua família, para saber se se tratava de uma reprodução de violência [quando uma criança agredida reproduz a violência que sofre]. Mas, conversando com essa criança, ela nos relata vontade de comer."


'Muitas vezes, quando falamos em fome, as pessoas entendem que a pessoa não come nada. Mas a fome não é só isso, são necessidades para o desenvolvimento da criança que não estão sendo atendidas', diz conselheiro tutelar do Rio de Janeiro — Foto: André Valente/BBC Brasil


Segundo o conselheiro tutelar, o caso da menina é comum a muitas famílias moradoras de bairros pobres: sua família — de sete pessoas, vivendo em um domicílio de dois cômodos — estava toda desempregada, vivendo com um benefício do Bolsa Família como única fonte de renda.


"Não é que essa criança não come nada, ela tem acesso à merenda, a um almoço. Mas a alimentação a que ela tem acesso é irregular e insuficiente para esse núcleo familiar. É uma criança que tem a comida contada, às vezes uma vez só no dia e sem um prato rico em nutrientes, em sabores", explica o profissional.

"Muitas vezes, quando falamos em fome, as pessoas entendem que a pessoa não come nada. Mas a fome não é só isso, são necessidades para o desenvolvimento da criança que não estão sendo atendidas. Na realidade, todo o núcleo familiar está passando fome. A verdade é essa."


Sem café da manhã, nem almoço, desmaiou na educação física


Uma professora de física e matemática de Sumaré, no interior de São Paulo, viu um de seus alunos desmaiar de fome na aula de educação física.


"Não foi o primeiro caso. Com a volta às aulas presenciais, depois da pandemia, temos observado vários casos de alunos passando por necessidade. Casos de fome mesmo, de que o único alimento que o aluno tem é na escola", conta a professora.


"Nesse caso, nós percebemos na educação física, porque o aluno desmaiou na quadra. Aí, conversando, ficamos sabendo que ele ainda não tinha se alimentado naquele dia e já era o período da tarde", relata a educadora, explicando que, na escola estadual, há apenas uma refeição por turno, na hora do intervalo (10h para os alunos da manhã e 16h para os da tarde).


O menino tem outros irmãos. E a mãe dele, que cuida das crianças sozinha e mora de aluguel, estava desempregada.


A professora observa que as crianças em situação de privação têm dificuldade de aprendizado.


"A criança com fome não consegue se concentrar. Falta energia nela. Crianças normalmente têm muita energia, então você percebe a apatia", diz a educadora.

Ela conta que, após o primeiro episódio de um aluno que passou mal por fome, as professoras se organizaram para recolher doações. "Conseguimos muito alimento e passamos a distribuir às famílias. Você vê a diferença, o aluno vem mais ativo, com mais energia, e as mães ficam muito agradecidas."


"No caso do aluno que desmaiou, fomos à casa da família levar o que arrecadamos. Chegando lá, a mãe estava extremamente magra, muito abaixo do peso, porque ela estava tirando o pouco que tinha dela para dar para as crianças. Então você vê a gratidão da pessoa."


Deixando de estudar para trabalhar


A educadora afirma que outra preocupação das professoras é com o aumento da evasão escolar entre os alunos um pouco mais velhos, que deixam o estudo para ajudar suas famílias.


Neste cenário, o fim do auxílio emergencial em outubro e a incerteza quanto ao futuro do Bolsa Família, em transição tumultuada para Auxílio Brasil, é motivo de angústia.


"Todo mundo está muito preocupado, principalmente as famílias", diz a professora de Sumaré.


"Já estamos tendo uma evasão muito grande de alunos, porque a prioridade deles é trabalhar e ajudar a levar o sustento para casa. Não é mais estudar, porque a fome é uma necessidade hoje", relata.

"A partir dos 13, 14 anos está acontecendo essa evasão, que é ainda mais grave no Ensino Médio. Acredito que, com o fim do auxílio emergencial, isso pode aumentar."


O auxílio emergencial foi pago a mais de 39 milhões de famílias em 2021, já o novo Auxílio Brasil deve atender 17 milhões de famílias em dezembro, conforme a expectativa do governo. O Bolsa Família, extinto em outubro, atendia 14,6 milhões, segundo o Ministério da Cidadania.


Ou seja, embora o Auxílio Brasil deva atingir um público maior do que o Bolsa Família — caso de fato o governo consiga zerar a fila do programa, como planeja —, o número de assistidos ainda assim será menor do que o de beneficiários do auxílio emergencial pago em 2020 e 2021.



"É triste o aluno ter que deixar a escola para poder trabalhar, não conseguir conciliar", lamenta a professora de física e matemática, acrescentando que a situação é agravada pelo encerramento do turno noturno em três das cinco escolas de sua região e de cursos de EJA (Educação para Jovens e Adultos) no município.


"É devastador, porque o aluno está deixando para trás uma parte da vida dele que é de extrema importância. É um aluno que poderia ir para a faculdade e pode ser que acabe não indo. Poderia fazer outras coisas da vida e acabe não fazendo", diz a professora, ressaltando como a necessidade imediata de renda das famílias acaba comprometendo o futuro do jovem.


Criados pela avó, ficaram órfãos na pandemia

A professora de língua portuguesa da rede estadual do Paraná chama atenção para um outro aspecto da realidade das escolas na volta às aulas presenciais depois da pandemia: um grande número de alunos que ficaram órfãos de pais ou avós e passaram a viver sob cuidado de outros parentes.


"Tenho um aluno do 7º ano e a irmã dele está no Ensino Médio no mesmo colégio. Eles foram criados pela avó e, no ano passado, ela faleceu devido à Covid e eles simplesmente ficaram órfãos", conta.


"Eles não têm nenhum recurso, ficaram na casa de parentes. E nós temos vários casos assim, são muitos casos por turma. A escola está tentando monitorar para ver se essas crianças estão bem, quem ficou responsável por elas e se elas contam com alguma rede de proteção."


A professora da rede municipal do Rio de Janeiro cuja aluna desmaiou em sala de aula relata também a precarização na situação de moradia de muitos alunos, diante da perda de renda dos pais.


"A favela em si é um lugar vulnerável, mas dentro dela tem lugares onde realmente não tem estrutura nenhuma, não tem saneamento básico, nada", diz a professora da Zona Norte carioca.



"Muitos alunos que antes moravam na favela em locais considerados razoáveis tiveram que se mudar para esses locais mais vulneráveis, porque lá não paga aluguel, não paga nada. Mas as casas são de madeira, em lugares muito complicados, como barrancos. Então está havendo uma migração interna, dentro da própria favela, de famílias que não estavam conseguindo se manter nos lugares por conta dessa crise econômica toda."


'Solução do problema está além do nosso alcance'

Nesse cenário de pauperização dos alunos na volta às aulas presenciais, os professores fazem o que podem para tentar minimizar o sofrimento dos estudantes em dificuldade.


Uma professora de ginástica acrobática de um centro público de treinamento desportivo localizado em uma comunidade carente do Distrito Federal conta que a doação de cestas básicas se tornou rotina no local.


"Teve o caso de uma aluna que começou a passar mal", conta a professora de ginástica. "Encaminhamos à assistência social e essa criança, de 10 anos, contou que estava com fome, que não tinha jantado no dia anterior, nem tomado café da manhã naquele dia."

"A criança recebeu um lanche a mais e a mãe foi chamada para uma conversa com a psicóloga. Essa mãe relatou que estava sem o que comer em casa, então começamos a distribuir cesta básica para a família", diz a professora, acrescentando que cresceu no período recente o número de crianças que buscam o centro de treinamento não pelo esporte, mas pelo lanche do intervalo, e como uma alternativa de cuidado para mães que precisam procurar emprego.


Uma professora de Rio Claro, no interior de São Paulo, relata um caso semelhante.


"Dentro do processo de tutoria, em que cada aluno é acompanhado de perto por um professor, uma aluna de 13 anos, com dois irmãos menores e uma irmã bebezinha, relatou que precisava de ajuda, que precisava de alimento, porque não tinha comida dentro da casa dela", conta a professora de língua portuguesa.



"A equipe de professores se mobilizou, fizemos uma vaquinha e um dos professores foi ao mercado e fez uma compra. Eu levei até a casa dela, uma casa bem humilde. A recepção foi de gratidão, a mãe depois nos escreveu agradecendo a ajuda."


A professora de Rio Claro conta que, apesar da mobilização dos professores, há um sentimento de impotência com relação à crise social que se reflete nas escolas.


"É uma tristeza profunda, uma preocupação gigante. Há uma vontade de tentar fazer algo por essas pessoas, a gente tenta se mobilizar dentro das nossas possibilidades, mas sabemos que não é fazendo uma cesta básica hoje que a gente resolve o problema dessa família", diz a educadora. "A gente atende uma necessidade emergencial, mas resolver o problema é uma questão muito maior, uma questão social e política, que vai além do nosso alcance."


'Não existe desenvolvimento infantil pleno com barriga vazia'

O conselheiro tutelar da Zona Oeste do Rio de Janeiro avalia que a fome das crianças nas escolas é um sintoma da ausência do Estado.


"O Estado não está cumprindo com sua parte em garantir não só renda, mas que a economia gere empregos para essas famílias", avalia o conselheiro tutelar, que relata um aumento no número de atendimentos do conselho durante a pandemia, devido ao maior número de casos de violência, em decorrência da convivência das famílias em espaços insuficientes e de problemas estruturais, como o estresse causado pela fome ou pelo desemprego.


"Não existe desenvolvimento infantil completo com barriga vazia. A fome não atinge apenas o estado emocional, ela é da carne, é do corpo. É muito difícil pensarmos que uma criança vai ter acesso a direitos, conseguir ter uma vida plena, se ela está sentindo fome. O acesso à cultura, à educação, ao lazer, tudo isso é impactado quando essa criança não está tendo o mínimo, que é se alimentar", diz o profissional.



"Isso vai afetar não só o desenvolvimento pessoal dessa criança — sua autoestima, seus valores — mas a forma como ela se relaciona com a sociedade", avalia.


"São crianças que, por causa da fome, estão tendo sentimentos e aprendendo sensações muito doloridas e muito cruéis para o tempo delas nessa vida. Como vamos pedir que essa criança tenha concentração dentro da escola, se a barriga dela está roncando?"


Fonte: g1

PL dá 'carta branca' a presidente do partido para acertar filiação de Bolsonaro, anuncia senador

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O senador Jorginho Mello (PL-SC) afirmou que os presidentes estaduais do partido, reunidos nesta quarta-feira (17) em Brasília, deram ao presidente nacional da legenda, Valdemar Costa Neto, "carta branca" para acertar com Jair Bolsonaro os termos da filiação do presidente da República ao PL.


Jorginho Mello deu a informação enquanto a reunião entre Costa Neto e os demais dirigentes ainda transcorria. Ele disse que estava "autorizado" pelo presidente do partido a fazer o anúncio.


"O partido, unanimemente, entrega uma procuração ao presidente Valdemar para que ele trate com o presidente Bolsonaro, e todo mundo vai receber o presidente de braços abertos", declarou o senador.


A reunião aconteceu três dias após Costa Neto ter anunciado o adiamento da filiação do presidente Jair Bolsonaro à legenda.


No último domingo (14), por meio de nota, o PL informou que, por “comum acordo”, a cerimônia que selaria o ingresso de Bolsonaro na legenda tinha sido adiada. O evento estava marcado para o dia 22.


Políticos do PL afirmam que o cancelamento foi motivado por entraves em alianças nos estados para as eleições de 2022.


Em viagem a Dubai, Bolsonaro afirmou, após o adiamento, que as coligações estaduais deveriam ser discutidas. “A gente não vai aceitar, por exemplo, São Paulo apoiar alguém do PSDB”, disse.



Jorginho Mello afirmou que não haverá problemas com as representações do PL nos estados e que Costa Neto resolverá as "arestas" regionais. Segundo ele, não haverá coligação com outro partido que não esteja "alinhado" com Bolsonaro.


"Tudo encaminhado, tudo resolvido. Todos os estados – Nordeste, Sul, Norte – o apoio do partido será para o presidente Bolsonaro e não terá nenhum governador, nenhum senador que não esteja alinhado com o projeto do presidente Bolsonaro", declarou.


Em Dubai, o presidente citou outras pendências a serem resolvidas com o PL.


“Temos muitas coisas a acertar ainda. Por exemplo: o discurso meu e do Valdemar nas questões das pautas conservadoras, nas questões de interesse nacional, na política de relações exteriores", detalhou Bolsonaro. "A questão de defesa, os ministros, o padrão de ministros a continuar. Casamento tem que ser perfeito."


Após a reunião com os presidentes regionais do PL, O senador Wellington Fagundes (PL-MT) afirmou que o PL é "um partido de centro".


“Estamos recebendo o presidente com uma posição ideológica muito clara. Dificilmente acontecerá uma coligação com um partido de esquerda”, afirmou.


Outro obstáculo à filiação, conforme mostrou o blog da jornalista Andréia Sadi, é a repercussão negativa da união de Bolsonaro com o partido de Valdemar Costa Neto, condenado e preso por causa do escândalo do mensalão.


Eleito presidente pelo PSL em 2018, Bolsonaro deixou o partido em 2019 em meio a divergências com a cúpula da legenda. Ele chegou a articular a criação de uma nova sigla, a Aliança Pelo Brasil, que não passou da fase de coleta de assinaturas.


Para concorrer à reeleição, Bolsonaro precisa estar filiado a um partido político pelo menos seis meses antes do pleito – ou seja, até abril do ano que vem.


Centrão

O PL é um dos principais partidos do grupo informal da Câmara conhecido como Centrão, com o qual Bolsonaro se aliou e de quem depende para aprovar projetos de interesse do governo e se sustentar politicamente.



Nesse grupo, Valdemar é um dos políticos historicamente mais influentes. Em 2012, Valdemar foi condenado no julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 7 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.


Ele foi preso em 2013 e em 2014 passou a cumprir prisão domiciliar. Dois anos depois, em 2016, o ministro do STF Luís Roberto Barroso concedeu perdão da pena e determinou a soltura. Na ocasião, a decisão seguiu parecer da Procuradoria Geral da República (PGR).


Fonte: g1

TCU muda entendimento sobre lei e abre caminho para prorrogação da desoneração da folha



O plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu nesta quarta-feira (17) mudar o entendimento sobre o artigo 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o que pode abrir caminho para o governo prorrogar a desoneração da folha de pagamentos sem a necessidade de medida de compensação.


O TCU reviu o entendimento sobre o artigo 14 ao avaliar consulta feita pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O parlamentar pediu ao tribunal para esclarecer se uma medida que resulte em perda de arrecadação precisa de compensação ou se basta demonstrar que a renúncia já está prevista na lei orçamentária e na previsão de metas de resultado primário.


Os ministros do TCU concluíram que a demonstração de que a renúncia fiscal foi considerada na estimativa da receita do projeto de lei orçamentária anual e que não afetará as metas de resultados fiscais previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias torna "não obrigatórias a previsão e a implementação de medidas de compensação".


Até então, o TCU interpretava que seria recomendável adotar medidas para compensar a perda de arrecadação em caso de renúncia fiscal, principalmente em uma situação de déficits continuados nas contas públicas.


O projeto da Lei Orçamentária Anual de 2022, enviado pelo governo em agosto, não considerou a renúncia de receitas com a desoneração ao elaborar a estimativa de receitas para o ano. Na época do envio, ainda não havia acordo para prorrogar o benefício.


Um caminho para incluir a renúncia nas estimativas que constam no projeto é o envio de uma mensagem modificativa ao projeto de Orçamento -- texto que o governo pretende mandar ao Congresso em dezembro para atualizar projeções de indicadores econômicos.


A desoneração da folha consiste em renúncia fiscal, já que permite às empresas dos 17 setores da economia abarcados pela medida substituir a contribuição previdenciária de 20% sobre os salários dos empregados por uma alíquota sobre a receita bruta, que varia de 1% a 4,5%.


Os ministros trataram do assunto em tese, já que se tratava de uma consulta, e não de um caso concreto.


Porém, o governo esperava essa mudança de entendimento a fim de ter segurança para prorrogar a folha de pagamentos sem ferir nenhuma norma fiscal, conforme informou nesta terça (16) o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE).


“Estamos aguardando manifestação do Tribunal de Contas da União, que deverá ocorrer amanhã [esta quarta, 17] sobre a não necessidade de fazer compensação sobre a questão da desoneração, já que esses 17 setores não estão recolhendo impostos. Então, não precisaria, com a prorrogação, a necessidade de compensar isso para eliminar qualquer tipo de transgressão à Lei de Responsabilidade Fiscal”, afirmou Bezerra.


Texto avança no Congresso

A desoneração da folha dos 17 setores da economia que mais empregam no país está prevista para acabar no fim deste ano.


Um projeto aprovado nesta quarta-feira (17) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados amplia a validade da medida até 31 de dezembro de 2023.


O texto foi votado em caráter terminativo, sem que houvesse recurso para análise em plenário. Com isso, a proposta seguirá diretamente para o Senado. Se aprovada pelos senadores, vai à sanção presidencial.


Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro disse que concordou em desonerar a folha por mais dois anos, mas não explicou qual seria a medida de compensação.


O projeto em tramitação na Câmara também não prevê compensação, o que, em tese, poderia contrariar o entendimento até então do TCU para o artigo 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal.


Fonte: g1