O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi liberado para deixar o hospital e retornar à Casa Branca nesta segunda-feira (5) por seu médico, Sean Conley, embora ainda não esteja 100% recuperado da Covid-19.
“Ao longo das últimas 24 horas o presidente continuou a melhorar", disse Conley em declaração à imprensa, na qual evitou responder perguntas. Segundo o médico, Trump deve receber mais uma dose do medicamento remdesivir antes de ser liberado.
O presidente não teve febre nas últimas 72 horas e seu nível de oxigenação está normal e estável, ainda de acordo com o chefe da equipe médica. Ele garantiu que Trump não pressionou por sua alta e que sua condição permite que ele seja liberado, embora ainda inspire cuidados.
"Embora ele possa não estar totalmente fora de perigo ainda, a equipe e eu concordamos que todas as suas avaliações e, mais importante, seu estado clínico sustentam seu retorno para casa, onde ele estará cercado por cuidados médicos de primeira linha 24 horas por dia, 7 dias por semana", avaliou.
Pouco antes da declaração do médico, Trump já havia dito que irá deixar ainda nesta segunda o Centro Médico Militar Walter Reed, onde está internado para tratamento de Covid-19. Em um post em rede social, ele disse que está se sentindo "realmente bem".
Segundo ele, a previsão é de que deixe o local às 18h30 (19h30, no horário de Brasília).
"Vou deixar o grande Walter Reed Medical Center hoje às 18h30. Sentindo-me realmente bem! Não tenha medo da Covid. Não deixe que ela determine sua vida. Nós desenvolvemos, na administração Trump, alguns medicamentos e conhecimentos realmente ótimos. Sinto-me melhor do que há 20 anos!", escreveu.
Trump foi internado na tarde de sexta-feira (2), horas após divulgar em uma rede social que ele e a primeira-dama, Melania, tinham recebido diagnósticos positivos para Covid-19. Segundo a Casa Branca, ele foi levado ao Centro Médico Militar Walter Reed, próximo a Washington DC, apenas por precaução.
Naquele dia, um boletim dizia que ele tinha apenas sintomas leves, como fadiga.
No sábado, durante a primeira coletiva de imprensa, a equipe médica responsável pelo atendimento ao presidente se recusou a responder se ele havia precisado de oxigênio. Os médicos admitiram, porém, que, embora tivesse uma melhora substancial, o paciente ainda não estava “fora de perigo”.
Mas, no domingo, o chefe da equipe, Sean Conley, disse que a oxigenação de Trump caiu duas vezes e ele recebeu oxigênio, uma vez na sexta e outra no sábado. Na mesma entrevista, entretanto, foi previsto que ele poderia ter alta na segunda-feira.
No mesmo dia, por volta das 18h20 do domingo, Trump deixou o hospital em um carro, e acenou para apoiadores que se aglomeram nas ruas perto do local. Ele retornou após meia hora à suíte presidencial.
Nesta segunda-feira (5), a porta-voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany e dois de seus assessores também informaram estar com Covid-19, aumentando o número de pessoas próximas ao presidente contaminadas.
Ao menos dez pessoas do governo ou do círculo de assessores próximos a Trump testaram positivo nos últimos dias. Entre aqueles que testaram negativo estão familiares do presidente, inclusive Barron, de 14 anos, filho dele com Melania, que está sendo testado diariamente, segundo a imprensa americana, desde que os pais tiveram diagnóstico positivo.
De acordo com uma reportagem do jornal “The Wall Street Journal” do domingo (4), antes de divulgar o resultado definitivo de seu exame de Covid-19 na madrugada de sexta-feira, Trump deu entrevista por telefone a um programa de TV, mas não revelou que um teste inicial já indicava que ele estava com coronavírus.
De acordo com a publicação, ele recebeu o resultado de um teste rápido na quinta-feira (1). Depois disso, Trump deu uma entrevista a um programa de TV da Fox News no qual falou da infecção de uma de suas assessoras, mas nada sobre a sua própria contaminação.
Durante o anúncio da alta do presidente, o doutor Sean Conley evitou perguntas sobre a origem da contaminação, não respondendo sobre a data do último teste negativo de Trump. Ele se limitou a dizer que o histórico ainda está sendo avaliado.
Fonte: G1