Dentetos transferidos para a Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa, no Centro de Manaus - após o massacre em presídios que resultou na morte de 60 - fizeram um
tumulto, na tarde desta sexta-feira (6). De acordo com a Polícia Militar, os internos reclamam da estrutura do local, que abriga mais de 200 presos na capela e na enfermaria da unidade prisional.
O número de presos transferidos para a Cadeia Pública chegou a 284. O local foi desativado em outubro de 2016 por recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e foi alvo de críticas do Ministério Público do Amazonas (MP-AM).
A Cadeia Vidal Pessoa foi reaberta na segunda-feira (2) para a acomodação de presos ameaçados de morte pela facção Família do Norte (FDN). A medida foi adotada de modo emergencial para "preservar vidas", segundo Fontes.
Devido ao abandono do prédio, o local está com estrutura deteriorada, incluindo as celas, que contém restos de obras e entulho. O Secretário de Segurança Pública (SSP-AM) Sérgio Fontes, informou que não há previsão para a saída dos detentos do espaço.
O procurador geral do MP, Pedro Bezerra, fez uma visita ao local na quarta-feira (4). Segundo ele, os presos "estão muito amontoados porque as outras partes [da cadeia] não estavam em condições de recebê-los".
O G1 entrou em contato com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), que informou estar apurando o ocorrido.
Cadeia desativada
O cancelamento das atividades na Cadeia Pública Vidal Pessoa havia sido adiado três vezes. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) visitou o presídio em 2010, e recomendou a desativação da unidade. Em 2013, uma nova vistoria foi feita no local. O CNJ indicou o fechamento da cadeia até dezembro do mesmo ano, mas a unidade continuou a receber detentos.
As condições precárias do prédio centenário foram apontadas em relatório CNJ e entregue ao Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) e órgãos estaduais em julho de 2014. A recomendação para não receber novos presos não foi atendida e a unidade, que fica na Avenida Sete de Setembro, que seguiu em funcionamento até 11 de outubro de 2016.
Transferência como medida de segurança
O Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM), o Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat) e Unidade Prisional do Puraquequara (UPP) foram as unidades que transferiram os internos à Vidal Pessoa por questões de segurança após as rebeliões no Amazonas.
A medida do governo consistiu em isolar os membros da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) dos outros presos da facção Família do Norte (FDN), que comandou o massacre que resultou na morte de 56 presos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), no domingo (1º).
Detentos de presídio onde ocorreu Rebelião em Manaus foram transferidos para Vidal Pessoa (Foto: Reprodução/GloboNews)
Fonte: G1
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